Todos já dão sinais claros de quem realmente são desde o princípio do convívio, basta olhar um pouquinho mais. Observar um pouquinho além da superfície e já temos insights do que nos espera.
Sempre nos surpreendemos com as pessoas.
Mesmo quando temos filtrado tanto e testado tanto antes de deixarmos alguém entrar em nossa vida. Mesmo quando deixamos apenas conviver conosco socialmente ou profissionalmente. Ainda assim, nos surpreendemos com algumas atitudes que serão demonstradas futuramente, depois quando já não vêem nenhum ganho em você, quando erroneamente já acreditam que te superaram ... ai é o momento da jogada final. O momento da eliminação. E acontece com todos, com os mais reservados e cuidadosos, como eu acredito que fui, como eu acredito que sempre sou em minhas relações mais próximas. Não sou deslumbrada e não mergulho tanto assim, sou reservada e distante, dou sempre tempo ao tempo e vou sempre devagar, ajudando e observando a evolução. Então não se trata de ímpeto ou ansiedade não. Porque fui muito cautelosa. Ainda assim, simplesmente, você se dá conta de que foi traido por pessoas que jamais acreditaria que poderiam te virar as costas. Por pessoas que viram em você apenas mais uma etapa do jogo de seus próprios interesses.. E depois de viver recentemente algo assim, resolvi escrever. Postar essas frases desconexas, para que em algum momento, essas mesmas frases se transformem em luz.
Nem sei ao certo para que ou para quem estou escrevendo aqui, ou se é apenas para desabafar ou para me fazer mais cética ainda em relação aos seres humanos ... mas nesse momento não importa o motivo mas sim a reflexão. Talvez escrevo aqui, porque sei, no fundo, que essas palavras em si terão o poder de transformação do sentimento que aqui descrevo. Transformarão tudo isso em mais garra e em ainda mais vontade de encontrar seres humanos que valham a pena e que façam jus ao meu empenho e dedicação diários.
Foram mais de 5 anos de convívio, de muita doação, muitas horas envolvidas, muitas situações, nos mais variados horários e cenários, muita dedicação, muita mesmo. Sem nenhuma retribuição e sem nenhum interesse da minha parte, sem focar em nenhum retorno. E agora, sentindo o que estou sentindo agora, pensando muito e em detalhes nesse final de semana, fazendo uma retrospectiva dos últimos cinco anos, percebo o quanto tudo foi acontecendo de maneira muito unilateral, a pessoa sempre se aproveitando de tudo, sempre colhendo, e eu sempre doando e me dedicando e sempre sem cobrar nada e sem ter nenhum interesse escondido. Algo do tipo "venha a nós, vosso reino nada". Simplesmente doando e compartilhando as dicas, as experiências, ajudando a estruturar o raciocínio e ampliando a forma de ver da pessoa, compartilhando situações cotidianas e dando exemplos e abordagens que levei muitos anos para praticar, para enxergar e para aprender mesmo. Fora as horas em si, a quantidade absoluta de horas investidas (que hoje prefiro chamar de "gastas") de muita dedicação. Quanto tempo perdido, quanta decepção gerada e que lido agora. Como não perceber que ser humano era esse, qual era a real intenção, qual era o objetivo de tudo. Agora lidando com tudo isso aqui comigo, imersa nas minhas lembranças e tentando buscar pelo sentimento e pelo que me motivou, com toda a informação acionada nas minhas memórias, com a retrospectiva completa, recheada de tantos momentos em que não enxerguei o óbvio, não resta muito o que fazer. Na verdade, não se tem muito a ser feito. Engraçado né? Agora é aprender. Lição aprendida, ou espero estar aprendida.
Hoje vendo no que a pessoa se transformou (sei lá, não sei se transformou ou se já era assim eu simplesmente, não enxerguei), na primeira oportunidade que teve, uma simples oportunidade, nada assim grandioso, mas talvez na cabeça dessa pessoa até seja "a" oportunidade, sinto-me como apenas tendo sido “um degrau” a mais nessa trajetória. Fui um degrau, simples assim. Apenas um degrau, em uma jornada egocêntrica e nada humana, sem todo o propósito que achei ter visto, com razões muito racionais e matemáticas. Um caminho e o único naquele momento. Sei lá. E lá atrás, quando me recordo de outras pessoas do nosso grupo dizendo para mim que eu seria apenas esse “mais um degrau”, não dei sequer ouvidos. Eu simplesmente acreditava que estavam todos enganados, enciumados, ou mesmo com dificuldade de lidar com alguém competente e capaz, com uma estrela recém chegada. E foi talvez a minha cegueira ou a minha vontade de encontrar e lapidar estrelas que me fez acreditar e comprar a causa. Quando você quer tanto que algo floresça que não diferencia mesmo a flor da erva daninha. Ou talvez e muito provável, foi mesmo o meu orgulho em acreditar que só eu sabia reconhecer talentos, que eu era capaz de separar o joio do trigo, que eu sabia identificar estrelas. Eu via verdade, “boa intenção”, generosidade e o mais importante, eu via um propósito de fazer mais e melhor nessa pessoa. Eu não via que o próposito era sempre em causa própria e nunca pelo time e pelos outros, pelo trabalho em equipe, pelo bem maior. Doce equívoco. Meu equivoco. Mesmo todos me sinalizando o extremo oposto, eu enxerguei o lado bom. Não vi em momento algum, o quão pequeno era esse ser humano, o quanto lhe falta em gratidão e generosidade e o quanto o seu foco é apenas ele mesmo e suas conquistas e seus sucessos individuais. Mas ainda assim, mesmo hoje vendo claramente, nesses cinco anos eu não via, por isso seguia em frente, compartilhava, formava, dedicava, e claro, fui "enganada" por essa pessoa. O que mais me alivia hoje, é saber que vemos no outro o que somos, e por isso vi, trabalho em equipe, generosidade e propósito, vontade de mudar o contexto para que todos se beneficiassem e em momento nenhum vi egoísmo. Engraçado porque tive uma situação muito semelhante lá atrás, em que me equivoquei da mesma forma, e eu cheguei até a narrar sobre isso com ele, dizendo que foi o meu maior equivoco como líder e coaching e que eu esperava ter aprendido a lição. Interessante demais. Hoje vendo tudo que aconteceu e da forma que aconteceu ... foram duas situações idênticas, inacreditavelmente idênticas. Sou ingênua ou, para aliviar meu coração nesse momento, vejo nos outros, o que tenho dentro de mim, assim como um espelho mesmo, vejo refletir nos outros a minha volta, eu mesma.
Como ajudar, formar e ensinar é meu DNA. Sou assim. É o que me move. Sempre me empenho nisso em dar o meu melhor em compartilhar os meus conhecimentos e generosidade para mim é a principal característica que faz um "ser" ser humano. Porque acredito que não devemos medir ou economizar em relação a um dom. Junto com um dom ganhamos também uma responsabilidade. Dom é para ser praticado. Dom é para ser exercido. Dom é Dom.
Mas hoje e exatamente hoje, constatando que essa pessoa é nada mais do que um “surfista” de degraus que encontra pelo caminho, me sinto mal e ingênua. Sensação ruim. Não deveria, porque nada disso tem a ver comigo e sim com ele. Mas me sinto ingênua sim, para não ir direto ao ponto é me entitular “otária” porque é como vejo toda a situação nesse exato momento. Mas não sinto raiva, o que me faz melhor. Sinto compaixão. Essa seria a melhor palavra. E um pesar. Pesar enorme, porque tempo não se recupera, horas não voltam. Uma perda total de horas e não pelas horas em si, mas porque com essas mesmas horas poderia eu ter investido em algum ser humano que mercesse muito mais e que precisasse mais. Vai saber o que o Universo espera e quer de cada um de nós. Não temos como saber, é o que é. E ainda bem que não somos nós quem controlamos e que tudo tem sim uma lógica e que por hora não entendemos. Mas é sempre o melhor ... o melhor para nós.
E ai no meio desse mix de sentimentos, lidando com tudo isso dentro de mim, e tendo contato ainda com essa pessoa diariamente, como se nada tivesse acontecido e ainda interagindo muito e em várias situações, hoje o inesperado aconteceu. Em um dia como hoje que questiono a esperança, questiono se ela ainda existe dentro de mim, que olho sem ânimo para a humanidade de uma maneira geral, e que cheguei a verbalizar o quanto estou decepcionada com a humanidade, escuto algo como: "Não pense assim não ..... essa pessoa precisa evoluir como ser humano e você fez sua parte e terá sua "boa sorte" acumulada. No budismo "boa sorte" é um conjunto de ações positivas que fazemos durante nosso trajeto de vida, que sempre revertem para nós mesmos”.
Muito lindo ver o poder do Universo e como ele usa as ferramentas que tem para nos fazer acordar e relembrar quem somos e a que viemos nesse plano. Confesso que ouvir isso acalmou a minha alma e me veio agora como um antídoto. Frase dita, solta, na hora certa. Frase certa na hora certa. Simples assim. Providência Divina. Não queria nunca perder a esperança no ser humano e não queria nunca me transformar em alguém egoísta e cético. E o Universo me mandou o recado exatamente agora, no momento em que eu escrevia tudo isso aqui no meu blog em relação a toda minha desesperança com a humanidade.
Lindo, não é? O Universo é sábio. Agora, instantes depois da sensação intensa de vazio, vejo que nada foi em vão e saio ainda mais fortalecida e agora a sensação que tenho, que passa em mim, que flui e que estou envolvida nesse exato momento é de total abundância. Cada um dá realmente o que tem. Tenho muito. E vivo em abundância e sou uma pessoa de muita SORTE, muita sorte mesmo. Só tenho a agradecer. E por isso sigo minha jornada diária e vou seguir exercendo meus dons e minhas ações positivas.
Como toda experiência é boa em essência, só me resta agradecer por mais essa experiência na minha vida. Acredito que saio mais fortalecida e claro ... menos ingênua, mais focada e mais motivada. Com mais vontade ainda de viver e de me relacionar, de conhecer seres humanos e de exercer meus dons e me colocar sempre a serviço. Para fazer a diferença, para energizar todos a minha volta, para fazer a minha parte no mundo, no mundo que me cerca e na minha alçada. Para realizar. 1o. Raio.
Sou grata porque sempre aparece no caminho um “anjinho” consciente ou não, não importa, e que me diz uma frase, uma palavra ou as vezes um olhar, que me desperta. A frase, a palavra e o olhar certos e no momento certo. Fazendo o "clique". E esse clique funciona como um grande espelho. Quando me vejo nesse espelho, saio sempre melhor e maior do que entrei, em cada situação. A vida é um grande espelho. E somos sempre os protagonistas.
Fantástico. Maravilha.
Obrigada. Fé renovada.
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