Há alguns meses, aconteceu algo que, a princípio, parecia ruim: perdi meu Instagram. Era uma conta com a qual eu tinha construído um vínculo de anos, algo que misturava histórias, interações e memórias que eu acreditava serem importantes. Aconteceu sem aviso. Eu havia colocado a conta em stand-by por um tempo, numa tentativa de me desconectar um pouco. Depois de algumas semanas, quando decidi reativá-la, ela simplesmente não estava mais lá. Desapareceu da plataforma.
No começo, fiquei chateada. É aquele sentimento de perda, não só do que parecia ser uma parte de mim, mas também de um registro da minha história, das pessoas que seguiam minha jornada e das interações que eu tinha guardado. Tentei recuperar a conta, segui tutoriais, preenchi formulários, mas nada funcionou. Era como se a plataforma tivesse simplesmente apagado minha existência ali.
Curiosamente, essa conta já não era a mesma há algum tempo. Antes, eu tinha cerca de 650 seguidores e seguia um número equivalente. Mas, com o passar do tempo, principalmente depois que saí do meu trabalho, comecei a olhar para aquele perfil com outros olhos. Percebi que seguia muitas pessoas que não tinham absolutamente nada a ver comigo, pessoas com quem nunca tive uma conexão genuína. E me questionei: por que manter essa relação superficial?
Então, decidi mudar. Comecei a deixar de seguir essas pessoas, uma a uma. Busquei algo mais autêntico, mais alinhado com quem eu sou e com o que eu quero levar para a minha vida. O número de pessoas que eu seguia caiu para cerca de 200. E, como um reflexo natural, muitos também pararam de me seguir. Meu perfil, antes cheio de informações, fotos, comentários, ficou mais vazio. Mas, curiosamente, senti que ele estava mais leve.
E então veio o “sumiço” do Instagram. Um erro da plataforma, provavelmente, mas que me arrancou de vez daquela bolha. A princípio, fiquei incomodada. Era como se uma porta tivesse se fechado sem que eu estivesse pedido. Tentei recuperar, insisti um pouco mais, mas nada aconteceu. E, com o passar dos dias, eu comecei a sentir um certo alívio.
Sem aquele espaço para ocupar minha mente, sem a necessidade de checar notificações, likes ou comentários, senti como se uma parte do peso tivesse sido retirada dos meus ombros. Aos poucos, percebi que perder o Instagram não era o fim — era o começo de algo novo.
Criei outro perfil. Um espaço novo, sem seguidores. Menos que 50 passaram a me seguir. Não quero mais interações superficiais. Essa volta para o Insta é algo que sirva apenas para que eu possa ser encontrada, caso necessário. Porque, sim, as redes sociais têm seu lado bom. Elas conectam, facilitam a comunicação, ajudam as pessoas a se acharem.
O que ficou disso tudo é que prefiro a autenticidade. Às vezes, a gente precisa perder algo para se encontrar.