Com certeza, são as 48 horas mais longas da minha vida.
Quando ouvi a frase das 48 horas, em um primeiro momento, me trouxe até um certo conforto, confesso, era tudo que eu precisava ouvir, mas passadas as primeiras 48 horas, vi que a fórmula não se adequaria a mim. E hoje com mais de 5.000 horas, tenho certeza que o tempo é importante, mas, mais do que apenas isso, é a forma como nos posicionamos. E ai, posso dizer que sou grata, que o caminho estava iluminado e que o suporte sempre apareceu nas horas mais necessárias. Ainda assim, fico sempre com as 48 horas em mente e ainda tentando entender o que elas tem de simbolismo embutido e como usar dessa frase para me "reenergizar" hoje e sempre.
Nesse momento, e ai convivendo com a Porta da Escola, sei que o distanciamento é necessário, o uso de máscaras e também o álcool em gel, não dá para contaminar tudo. Sei que a casca, a camada de proteção, já está criada, mas ainda assim a morte é um estado repetido. Sempre mais do mesmo é mortífero. Com tudo isso, a mensagem não é para esquecer o que não é “esquecível” mas sim diluir, sabemos que só fica triste quem é forte, a constatação de que se tratava do futuro de uma ilusão, pode ser entendido como algo que não deu certo, mas vejo exatamente o contrário, ainda bem que o freio estava lá e funcionou.
Brincamos sempre que se trata de “muito chantilly para pouco bolo” com muitas criancinhas desesperadas de medo e com zero auto regulação. Enxergam o olimpo e reconhecem, por isso a demanda aumenta em ritmos vertiginosos e não saudáveis. E não se pode ser refém desse susto, tem que se retirar todas as travas, não basta persistir para os outros e não persistir para você mesma. Com isso não elimino o impacto na persistência psíquica de qualquer um, eu mesma estaria nesse ponto. Mas não precisa ter medo de esquecer, porque eu estou aqui e não vou te deixar esquecer. O que acontece é que escutar traz insegurança, porque não se tem onde colocar a raiva, ela não tem endereço, por isso é tão nocivo, é ruim ir por esse caminho. Lembra do elefante na loja de cristal? Não tem como, senão você deixa de existir. E estamos falando do extremo oposto, em você voltar a ser você. E a paciência nunca se mostrou ser tão necessária, trata-se de engolir um Buda por dia, ou melhor, dois Budas.
Chega uma hora que você tem que fechar a porta. Sim, a porta da escola, essa mesma. Ainda assim só vejo progressos, está avançando de maneira brilhante e em tempo recorde, taí o simbolismo que tanto procura com as 48 horas. É isso mesmo. Bato palmas e te reconheço. Parabéns !!! Agora é com você ... aceite esse reconhecimento e siga. Você não tinha nada versus Você não precisa de nada, me parece ser esse um lugar bem confortável para você.
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