Introdução

A forma como nos apresentamos reflete nossa autoconfiança e influencia nossas relações. Unimos psicologia, tecnologia, estilo e organização para oferecer uma experiência transformadora. Os estilistas ajudam você a expressar sua personalidade por meio de roupas, acessórios e cores que se alinhem ao seu estilo de vida e objetivos. Já os organizadores otimizam seu espaço físico para que reflita quem você é e atenda suas necessidades práticas. Trago textos do cotidiano a partir da minha vivência no mundo corporativo de tecnologia, com o olhar da psicologia. Falamos de Inteligência Artificial, Metaverso, Luto, Ansiedade, Carreira, Relacionamentos, entre outras coisas.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

A menina do dedo cinza.




A caminhada de cada um de nós é muito interessante e faz super sentido quando analisamos de perto, não é verdade?  Tudo que acontece ou aconteceu, acontece sempre na hora certa, exatamente no momento em que precisava acontecer e emergir. É inacreditável, 

É assim mesmo que funciona, tudo vai fazendo sentido, vai acordando o que tem que ser acordado, te distancia do que não mais faz sentido e te aproxima do que é necessário. Apreciar a viagem para mim é exatamente isso, se maravilhar com o protagonismo que sempre esteve em você e com o roteiro que parece ter sido escrito sob medida.

Claro que os problemas, as dificuldades, os desafios e muitas injustiças no meio desse caminho, poderiam não ter acontecido, da forma que aconteceram, talvez acreditemos que poderíamos ter ficado sem isso e ficamos nos perguntando porque esses fatos foram necessários e porque fomos os escolhidos. Bem vindos! Não sei dizer, talvez para entender a jornada inteira e a lógica por trás de tudo isso, há que se estar em outro plano, em outro lugar e em outro momento. Tem um certo mistério, sempre! Mas olhando pedaços do todo, e a cada dia, juntando as pecinhas, o quebra cabeça inteiro toma forma e vai te mostrando a imagem. Não é? As injustiças vão deixando de ser figuras e vão virando pano de fundo e o que estava ali escondidinho emerge com força total e se transforma em figura. Muito louco pensar em tudo isso.

Mas me parece que o Universo tem um algoritmo muito bem elaborado, complexo na verdade, não dá para ser decifrado assim facilzinho, não é óbvio mas sempre nos damos conta da genialidade do Universo. Nesse sentido, sinto-me privilegiada, por ter sido escolhida e em muitos momentos da minha vida, por ter passado de fase e por ter vivido várias situações, críticas no momento em que foram vividas, mas que só fortaleceram e trouxeram a certeza da necessidade de terem sido vividas e vividas da forma que aconteceram.

Sem romantizar todos esses anos e toda essa jornada, mas principalmente focando no sentimento de gratidão inerente a todo o processo, passei por dias nublados e, muitas vezes, em uma jornada solitária, mas dias nublados intercalados com dias muito ensolarados e com muito apoio, crescimento, suporte. Grandes descobertas. Pude me deparar com o que há de verdadeiro nesse mundo (se é que o mundo corporativo tenha muito de verdadeiro em seu DNA, rs). Como a vida é fantástica. Toda essa mistura, com a garantia de que foi na sequência perfeita e na dosagem certa, eu sempre chamo de “alquimia perfeita”. Posso dizer que foi a receita para tudo que foi alcançado depois, cada ingrediente, sem tirar nem pôr. E aqui faço um parênteses para lembrar de uma das frases dele: “não vou te pedir para mudar nada no seu jeito, até poderia fazer algumas pequenas correções na forma e na abordagem, mas nunca no conteúdo. Mas ainda assim não vou pedir, não seria justo com você, porque foi esse conjunto todo que me fez enxergar essa profissional e ter a certeza que você tem a cara desse lugar”. É aquele momento woooh, então a gente se dá conta que poderia ter sido de outro jeito, até chegamos a torcer e pedir outras coisas, mas talvez não te trariam no mesmo lugar, nesse lugar. Aqui nesse momento em que você está em sua melhor fase, estar podendo “entregar” o seu dom, o que você veio aqui para realizar. É uma daquelas coisas que “não tem preço”.

O sentido que emerge todos os dias é a gratidão, sempre grata ao Universo. Genial. Hj, mais do que nunca, estudante de psicologia, posso dizer que foi uma combinação perfeita, escapar de várias armadilhas e várias maldades que poderiam ter uma finalização muito nociva e prejudicial, não só a mim individualmente mas ao coletivo, a todo um grupo. São detalhes que se tornam enormes e fazem a diferença. Não, não tem nada a ser mudado, nada, nada teria que ser diferente, hoje comemoro, comemoro a dosagem perfeita, a claridade e toda a proporção tomadas me fizeram muito maior e tem sido um grande exemplo para muita gente.

 Esse reconhecimento (que sempre acontece) é gratificante, quando vários me chamam para relatarem o que aprenderam e para dizerem que viram a luz. E sempre acreditei que essa luz (conhecer-se e conhecer o caminho) é o que norteia sempre a coragem. Esse feedback constante, de quem viu, de quem assistiu e de quem, não vivendo e nem assistindo, apenas ficou sabendo. É mágico. É enorme. Uma energia poderosa e que reitera o que sempre acreditei, não dá para esconder a luz, principalmente se ela é forte, intensa e constante. Estamos falando de energia, que não se prende, que não se pode eliminar, que não se pode manter sob controle, energia que, por si só, expande e abraça, completa e dá sentido. Bom, tudo isso e muito mais (não me canso de escrever sobre) não só ajudaram nas conquistas como me permitem, até hoje, ajudar tantos outros nessa mesma travessia. Conexão que é boa, é natural, acontece, você não precisa forçar nada, não lhe é dada por cargos ou papéis, é conquistada principalmente pelo seu jeito de ser. Essa sensação de ter conseguido e de poder ajudar e viabilizar a vitória de tantos, é maravilhosa. Dessas coisas que não se pode precificar. Não tem preço!!! O lugar do terapeuta está justo ai, onde a dignidade corre risco e não se está preservada, reconhecer esse vínculo entre os fatos, só empodera, fortalecendo o que já nasceu grande, meu plano B.

Para mim, escrever (que é o mesmo que falar para muitos) é uma forma de resistência. E sempre inspira os demais. Agora estudando tantos comportamentos, com afinco e zelo, e estudando tantos temas ligados às questões psicológicas do ser humano, tem sido ainda mais enriquecedor, usar vários acontecimentos, como exemplos reais de patologias e questões psicossomáticas e conceitos relacionados ao estudo da mente humana, é uma das melhores viagens que me aconteceu nos últimos anos. Normalmente vamos da teoria a prática, mas minha jornada agora tem sido exatamente o contrário, tenho ido da prática (longa prática, longos anos) a teoria. Fantástico! Nesse sentido o aprendizado tem sido conectar o que já se sabe e com uma riqueza de detalhes que flui rápida e intensamente. Tendo feito muitas associações e descobertas em um curto espaço de tempo, não posso mais fingir que eu não sou a pessoa certa, não cabe mais a falsa modéstia, infelizmente. Para alegria de muitos e até tristeza de alguns, o resultado salta aos olhos e espero que eu esteja dando a contribuição necessária. Estão sendo meses de muito aprendizado e muito crescimento e tudo isso tem sido um presente na minha vida profissional. Na vida pessoal também, hora de colher os frutos de todo um plantio, hora de poder também afirmar com todas as letras que o amor é o único e grande objetivo de tudo isso. Deu Certo! Simples assim!

 A cada dia, falo com mais propriedade e interesse, e mais embasada cientificamente, como uma aluna dedicada e bastante estudiosa. Minha profissão é meu hobby, meu trabalho tem sido o meu estágio. Vivenciar um ambiente tão difícil e tão norteado pela manipulação, e da forma que todo o processo acontece e é conduzido, hoje me enche de exemplos que geram muitas associações a temas que venho estudando com afinco e ligam a teoria a algo prático e concreto, viabiliza o aprendizado e conecta todas as pontas. Tudo faz total sentido. Como em um passe de mágica.

Como sempre digo, todo ser humano tem condições de ser seu próprio analista, a mais pura verdade. Fácil não é, mas é possível. E sempre, nas aulas, nos trabalhos em equipe, nos congressos, dou muitos exemplos e aterrizo a teoria, gerando sempre discussões muito ricas. Estou começando a me controlar, porque pareço criança quando ganha presente novo. Rs. Pouco a pouco, a história vai se completando de uma forma tão precisa e madura, tão detalhada e coesa, que tem me permitido avançar muitos degraus e de maneira rápida, nessa jornada e nessa carreira em Psicologia. Incrível a força que tudo parece ter quando, de fato, precisa acontecer. Agora é o aprofundamento de tudo que foi vivido e com o devido distanciamento, com cautela principalmente. Calma, como se diz sempre. É empoderador, mas tem que se ir com calma, muita calma nessa hora. Não se pode medir rapidamente e superficialmente o que nos passa e mais, não se pode medir no momento exato em que acontece e sendo uma das personagens, porque sempre corremos o risco da interferência e nos misturarmos, analista e analisando. Tudo junto e misturado.

 Agora sim, tem sido a melhor parte da viagem. Com certeza a parte mais significativa. Ah que se aprofundar para entender a beleza do Universo e a sabedoria dos que interviram e conduziram o processo até aqui, no seu sentido mais amplo. Realmente foi na hora certa, na sequência e encadeamentos adequados, qualquer precipitação ou intervenção anterior teria sido muito precoce e talvez não teria essa força da mudança e a coragem e energia inerentes ao processo e resultantes óbvios, fora os efeitos colaterais que norteiam e consolidam a famosa vivência e me permitem falar com tanta propriedade. Se intervisse no tempo, seja pela saída precoce ou pela permanência prolongada, poderia passar do ponto exato da mudança como uma escolha e não como a única opção. É um limiar que faz toda a diferença. Thanks God.

 Agora, de posse de mais conteúdo científico, de posse de mais conhecimento da causa, de posse de maior capacidade de análise, nada melhor do que trazer no meu Blog, fragmentos, cirurgicamente extraídos de experiências vividas nos últimos anos e que consigo vincular  a toda a teoria que estamos trabalhando em sala de aula. Extrair partes com precisão cirúrgica (afinal de contas, estamos falando de Ciência!) para o perfeito entendimento do todo. E mais do que olhar um fato isoladamente, costumo dizer do efeito “cascata” que começou ai, mas que se ampliou em uma verdadeira limpeza, de cascata a catarata, mais do que necessária, sem contar a jornada de ressignificação que todos nós passamos, principalmente nesse momento do ciclo vital, dos questionamentos inerentes a essa etapa, tudo convergindo nesse momento mágico atual.

A completude do processo e a riqueza de todos os detalhes e como eles se conectam, dentro e fora, no ambiente e em várias áreas correlacionadas, nos vai permitir passar por pontos importantes da mente humana. Lamento ainda algumas pontas terem sobrado e estarem ainda desconectadas e a mentalidade ainda persistir e iludir, principalmente, os que são mais “desavisados” e desconectados da transformação que estamos protagonizando. Mas enfim, trata-se de um processo, e como tal, não teria como se diferente. Seria utópico dizer que está concluída a mudança, a que se planejou com tanto afinco. Somos a mudança, é algo vivo e constante. Um processo dinâmico ainda em curso. Alguns sempre ficam pelo caminho.

 Vamos lá. Analista de Sistemas e agora, simplesmente Analista, #bora analisar.

Muitos me abordam e pedem “ajuda”, acho que nesse momento precisam ser ouvidos,  entendidos de alguma maneira e acolhidos talvez. Eu invisto no distanciamento, na distância saudável. E aqui entra a parte humanitária, esse botão interno que emerge nos bons e que hoje é muito lúcido para mim (nada como dar o nome exato ao sentimento, é um empoderamento também). Então minha única proposta tem sido, deixá-los se expressarem, simplesmente falarem o que vier a mente, uma associação livre. Claro que com tudo isso, sinto-me também muito grata por ser tão reconhecida e mais ainda, por fazer algo concreto pelas pessoas que ainda estão envolvidas e ser para elas, não só uma escuta ativa, como também um exemplo do que não se deve permitir e a certeza de que deve-se sempre posicionar.

 Ouvir tem sido minha forma de contribuir para o processo terapêutico. Mostrarem quem são. E claro, as pessoas tem seus recalques e suas paranoias, cada um é único e tem o seu próprio universo, então infelizmente ainda existe no grupo, quem não merece mais que eu dedique o meu tempo, porque agem por conveniência e auto interesse, como em uma teatralização, os vejo como a perpetuação da maldade que experimentaram, aflorando a falsidade, uma metástase. Mas terapeuticamente é assim que vemos, o ciclo da violência, os muitos que sofrem abuso e passam a abusar, nesse ciclo nada virtuoso de perpetuação da maldade pela maldade. Mas agora diferentemente, eu os reconheço, a nitidez toma a proporção certa. Como sempre digo, o desafio vem sempre com o manual de instruções. Sempre que reconheço, me distancio, é minha maneira de ajudar a despertarem, porque aqui não se trata de um trabalho humanitário amplo e irrestrito, mas sim de uma força tarefa para aliviar os que, não estão podendo expressar o seu verdadeiro eu e seus valores, e claro, apenas tenho tempo para os que demonstram os mesmos valores que carrego. Aos demais, tem funcionado a distância e, não tem sido incomum, que alguns acordem do transe. Fantástico. Exatamente como nos livros. Ciência é ciência. E navegando assim, entre a “escuta” e a “não escuta”, estou no meu momento egoísta em contraposição ao momento altruísta anterior, agora tudo se tornou bem mais cirúrgico e vou de encontro apenas aos meus “estudos de caso”. O que me encanta, a cada dia mais, é ver que a nitidez prevalece e muitos enxergam a mudança real e a necessidade de serem a mudança e não apenas assistirem e esperarem por ela. Esse movimento tem sido incrível de acompanhar, garantindo a distância e apenas e, tão somente apenas, no papel de observadora e de coadjuvante de suas histórias, porque não se trata mais da minha história. E os frutos vão aparecendo e novos personagens se incluindo na jornada, incrível.

 Nesse sentido, a mensagem que tenho sempre reforçado é que a maneira mais honesta de se esperar, é construído aquilo que se espera. Uma espera ativa, protagonista e com os olhos bem abertos, se alimentando do que de fato importa e do que existe ao redor, trazendo a luz para dentro, onde muitas vezes, a iniciativa de minar a coragem e a proatividade prevalece. Vejo que muitos estão com essa vontade, vendo o cenário do tamanho exato que possui, olhando além das linhas limitantes que lhes foram impostas ao longo dos últimos meses e procurando pelo que, de fato, os motiva e tem a ver com suas aspirações e características. Muito bonito de ver. Ver pessoas crescerem, sabendo que são do tamanho exato de suas aspirações e o principal para mim, reduzindo o sofrimento inerente ao processo. O Analista está onde a dignidade não está preservada. Por ai, vejo que é mesmo inato.

 Tudo isso tem me fortalecido diariamente e me mostrado que, ainda assim, mesmo com a travessia longa e desafiadora, vale a pena investir em “gente”. Existem pessoas que valem a pena. Simples assim! Claro que as decepções fazem parte do caminho e como sempre digo, minhas maiores decepções sempre foram em relação às pessoas que eu mais ajudei e me dediquei. E sempre o é. Faz parte! O próprio tempo e a caminhada se encarregam de reparar os danos e dar o devido retorno. O que só fortalece a minha crença de que a vida é sempre muito justa. Pode até ser que, aos olhos de muitos, a interpretação de justiça não seja correta e ela não esteja assim tão visível, mas olhando além (e como sei fazer isso), vejo a justiça acontecendo em cada um, em cada caso, dia após dia, se encarregando de dar as lições necessárias. No conjunto da obra, se vê a justiça maior. Incrível isso.

 Ainda tem muito o que acontecer, ainda se tem muito a fazer, e cada dia é um dia de enorme aprendizado. Fico muito feliz por colher tantos frutos e ser tão agraciada, realmente, sem a mínima modéstia, não mereço todo esse retorno e consideração. Se eu puder lamentar algo, talvez em todo esse cenário, ainda vejo o medo de maneira muito materializada nas pessoas, ainda tem que acontecer de maneira “escondida” porque ainda se teme as retaliações, o que é uma pena. Vão no sentido oposto de onde essa energia deveria estar os levando, mas ok, entendo, mas não se justifica. Talvez com o crescimento, com a coragem e em tempos de menor agonia (atualmente o contexto mundial não tem sido amigável), esse medo sucumba as várias demonstrações de que se pode ser quem se é. Sempre.

 Fazendo um paralelo, discutimos isso diariamente na graduação, por exemplo, do quanto as pessoas fazem terapia de maneira escondida, por medo, vergonha ou por acharem que terapia é para os fracos. Ou seja, ainda se cultua a ideia do “sempre forte” e da aversão às falhas. Estão enganadas, terapia é para os fortes, os muitos fortes. E no mundo corporativo, as start-ups estão ai para ensinar as grandes corporações a importância do erro. Mas entendo também o contexto empresarial e o poder de destruição de uma liderança fraca, má, despreparada e que, quase sempre, se camufla em uma imagem inofensiva, então aceito. Concordar não vou concordar nunca, mas aceitar, não tem como, aceito. Não é nosso DNA, os profissionais de Recursos Humanos (em quase totalidade da area de Psicologia) deveriam ser capazes de identificar os desvios, mas infelizmente não o são, a maioria está focada em seguir processos, cronogramas e procedimentos, sempre burocráticos, e as pessoas viram figura de fundo, falando em Gestalt. Nesse sentido, entendo o receio, porque essas retaliações são veladas e todos temem que essas atitudes equivocadas não sejam reconhecidas e punidas exemplarmente. Haverá o dia em que tudo isso será claro e cristalino. Haverá o dia em que, tanto na teoria quanto na prática, as pessoas serão o que de fato importa. Nessa guerra de talentos que temos hoje, acho que já deu para sentir a transformação esperada ai. Já não era sem tempo!

 Entendo também e mais ainda, porque tenho a minha própria experiência e que, cada vez mais, compartilho. Seja nos cafés sempre regados a muita filosofia, seja nos papos virtuais, seja nas mídias, no blog ou no elevador. E ai, é outro achado (quanto a teoria se une a prática), quando alguém escuta uma versão muito parecida com a que se está vivendo, o poder adquirido flui em progressão geométrica. O poder da rede, do contato, do encontrar similaridade e empatia.

 No intuito de trazer visibilidade total e com isso prover o encorajamento aos demais, sempre estive ai. Esse lugar de fala, de resistência tem o poder de transformar o ecossistema que estamos inseridos. É a famosa frase feita de “fazer a sua parte”. Estranho e espero que não pareça arrogância dizer, mas a sensação é de “missão cumprida”. Não foi uma batalha simples ainda mais considerando uma década atrás e o cenário que se tinha, também não foi uma batalha em equipe, muitas vezes foi uma travessia individual, uma jornada solo. Não foram poucas as ações para impedir que minha mensagem fosse levada e defendida em esferas maiores. Só eu sei, as várias tentativas de minar, desmerecer, e todas as negligências disfarçadas de “boas ações” ao longo de todos esses anos. O que chamo de meus melhores “presentes”. Sem eles, a transformação não teria emergido na velocidade e força necessárias.

 Hoje, estudando e enveredando pelo mundo da psicologia, é nítido ver o caráter patológico e o grau de psicopatia a que estive exposta e que se tem em ambientes corporativos. E ainda assim, o jogo de cintura, a habilidade técnica, as forças, espiritual e emocional, que surgiram em mim e me guiaram. Em momento nenhum lamentei nenhuma perda ou injustiça, não que elas não acontecessem, sim, aconteciam e foram muitas, mas foram alavancas para o “trator” (uso essa palavra, porque é muito simbólica para mim e explico em outro texto aqui no Blog) que me transformei e para a construção e edificação de uma força emocional ainda maior e que me acompanha e pulsa dentro de mim hoje e sempre. Essa força emocional que viabiliza a ressignificação em momentos importantes da nossa história. Essa mesma força que ilumina o caminho e que o efeito dura mesmo após sua passagem, onde a liderança real acontece. Essa força que te coloca no seu momento de felicidade, essa força é o que gosto de chamar do “sentido da vida”, a força do propósito, o que te faz fazer o que você faz. O que faz você ser você!

 Para exemplificar tudo que estamos aqui discutindo, me lembrei de uma experiência profissional que tive no mundo corporativo e vou utilizá-la para trazer mais conteúdo ao tema. Faz bastante tempo, mas como foi marcante deixou cicatrizes, deixou um empoderamento e me recordo com riqueza de detalhes.

 Em um reino, muito, muito, muito distante daqui, eu contratada em uma empresa local e cheia de motivação e vontade de fazer diferente, me deparei com a maldade em forma de líder e sobrevivi para contar. Lembro de todo o empenho e dos requintes de maldade e a constante violência psicológica. Sem heroísmo algum, nunca sofri por isso (a inexperiência costuma ajudar no inicio) e, mesmo assim, nada disso foi fator para me congelar e me freiar. Posso dizer “pelo contrário”. Tinha tanta convicção que o futuro seria mágico e que a verdade apareceria, e apareceu, rs, que não perdi tempo em me preocupar, não estive “preocupada”, estive sim “ocupada”. Muito ocupada. Esse é o meu maior segredo: se ocupar do que de fato importa. Preferir “me ocupar” do que “me preocupar” e isso fez toda a diferença. Recordo com carinho e gratidão das muitas passagens e dos enfrentamentos, da luta diária, do peso das muitas ações “bem intencionadas”para (in)viabilizar minha carreira. rs. Hoje, dando continuidade ao meu livro, refinando passagens, complementando pontos com toda essa vivência, chego até a enveredar pelo humor (que me é peculiar), mas espero que o leitor não fique bravo comigo. Porque não é nada divertido, fazer piada com o sofrimento de toda uma equipe. Mas tenho me permitido dar muitas risadas, porque se não fosse trágico, seria bem cômico, vamos combinar.

 Agora, estudante, tenho lido muito sobre as psicopatologias e por ai vai. E tem sido um conectar pessoas a elas, eu inclusive, rs. Quanto mais estudo, mais clara fica a conexão desse mundo corporativo. E por isso resolvi detalhar aqui alguns pontos que me ocorrem, não tendo nenhum compromisso em ser totalmente completa nos meus pontos de vista, mas apenas experimentando minha nova carreira e já me arriscando em transformar o que está ao meu alcance.

Nesse reino, essa menina que tinha o papel de líder foi se apropriando de tudo e “intoxicando” tudo ao seu redor. Parafraseando um livro que li na infância (“o menino do dedo verde”), digo que era a menina do dedo cinza. Por onde passava, as cores se transformavam em cinza. Rs. A menina monocromática. E ai de quem falasse que estava tudo cinza, todos tinham que seguir afirmando ver as cores. Posso enumerar muitas características e atitudes danosas, como a capacidade de fazer os outros acreditarem em um discurso falso, inventando situações e respostas para justificar suas maldades ou mesmo a capacidade de enganar tantos e por tanto tempo com uma generosidade falsa e com um comportamento em frente as pessoas e outro muito diferente por trás. Mas a pior delas, se é que dentre um catalogo tão vasto de maldades, eu possa eleger a pior, mas eu diria que foi a eliminação das várias pessoas que ousaram discordar ou questionar os desmandos. Os eliminados são os que eu chamo de “acordados” (que viam e discordavam) ou “distraídos” (que não viam, mas distraidamente acabavam discordando e, claro, incomodando).

Logo cedo, percebi que tinha alguma coisa errada ali. A primeira conversa, que durou exatamente 2 horas, nada objetiva, manipuladora, foi para mim o gatilho e sou extremamente grata, esse gatilho inicial, e logo no primeiro contato, foi a minha proteção. Nessa conversa, o que mais me chamou a atenção, foi a ausência de conteúdo, como uma conversa, eu recém chegada, onde se tem tanto a dizer e explicar, poderia ser tão vazia de sentido e de conteúdo? Posicionamento que demostrava total falta de influência e relevância e total desconexão com o mundo lá fora e com tudo que se ouvia das lideranças, dos clientes internos e externos. Sem conteúdo, abordagem manipuladora, enfatizando muito o quanto eu não tinha as características e perfis necessários para o cargo que estava sendo ocupado, a super valorização de si mesma. Uma fala prolixa, confusa, argumentos fracos, solicitação de tarefas subjetivas e sem nexo algum, logo observei uma fala muito infantil, em que se quer algo que não se sabe precisar exatamente. Percebi também muita insegurança em relação a sua própria relevância e capacidade técnica. Qualquer comentário que eu fazia, era sempre seguido de uma pergunta, porque você está dizendo isso?  Logo no inicio, no meu primeiro, já fui comparada com meus pares, sempre reforçando o quanto eu era muito mais júnior que todos os demais. Logo de largada já liguei o meu radar de que eu estava lidando com uma pessoa muito despreparada ou então muito malvada. Uma sensação muito estranha e uma primeira impressão muito ruim. Nesse momento, preferi não formar nenhuma opinião precoce, se era apenas uma liderança boa em um dia ruim, ou se era uma liderança ruim, acho que sempre avaliamos os outros com os olhos da nossa própria bondade, resolvi acreditar na primeira opção. Doce engano. Hoje sei que a estratégia sempre foi dar um ar de ingenuidade e pureza, talvez até despreparo, mas ao longo dos anos, foi se mostrando uma pessoa articulada e capaz de planejar a maldade de maneira sistêmica e sempre minando as qualidades das pessoas, colocando todas como fraquezas. Ou seja, se você é preocupada com as pessoas, é fraca e coração mole, se você é generosa é insegurança, se você escuta é porque não consegue protagonizar a fala, etc. Distorcendo, mistura a figura e o fundo, confundindo, manipulando ... abusando.

 Logo cedo, percebi que eu precisaria encontrar outros lideres, outras lideranças inspiradoras e outras pessoas para ter ao meu redor, para reenergizar e compartilhar ideias e ações. Meu ponto de inspiração teria que ser deslocado para outro líder. Nesse sentido, lembro de um dos cafés fantásticos que tive em que esse líder me disse: “fraca e má com certeza, ingênua, acho que não, arrisco a dizer até que arquiteta bem suas ações objetivando se perpetuar e eliminar pessoas como você! Você é alvo, porque fica muito evidente sua capacidade e que está percebendo a forma que ela atua, a psicopatia dela”. Pode parecer ruim ouvir isso, mas na verdade, sempre tratei como presente, como tendo uma dose de esperteza para reconhecer a maldade. Foi meu ponto de partida para ler mais e mais sobre o tema. Quem é leigo e não é psicopata, muitas vezes não consegue reconhecer a psicopatia logo no inicio, justo porque usa suas próprias lentes.

 Minha pergunta central sempre foi: como todos ali poderiam achar tudo isso normal? Para mim era tão nítida a intenção. Interagindo com vários integrantes do time percebi que todos sentiam o clima e não entendiam algumas situações e fatos, sempre as respostas presumiam a mesma falta de visão e transpareciam o medo em qualquer posicionamento. Eu exageraria aqui dizendo que se tratava de uma ilusão coletiva. Hoje digo, com toda certeza, ser um mecanismo de defesa já aflorado, mesmo que de maneira inconsciente. Para os que percebiam a psicopatia em certo grau, havia apenas dois caminhos: os que encontravam outra vaga, outro lugar e travavam uma batalha para conseguirem migrar de área sem serem eliminados e os que ingenuamente externavam o interesse em buscar outras vagas e eram eliminados antes que pudessem conseguir se movimentar. Sempre que alguém se posicionava e tinha uma opinião clara, era visto como “inimigo” ou ainda “meu aliado” (uso esse termo, porque o psicopata sempre enxerga “eu” e “eles”, como se estivéssemos em guerra). E “aliado” tinha destino certo, ai se tornava alvo de alguma forma, ou se mudava de área ou era saído da empresa. Logo percebi que, dentro do time, não havia corajosos, esses já rapidamente saiam, eu teria que buscar aliados fora desse contexto e equipe.

 Então minha “arma” (o vocabulário de guerra vem a calhar, porque é exatamente o que o psicopata transforma a convivência) seria procurar fora, se o meu entendimento realmente se comprovaria e se minha visão estava correta. Foi rápido, navegando um pouco fora desse contexto, logo encontrei aliados (e muitos!) e enxerguei com clareza absurda, entendi qual era a imagem das áreas de suporte e de algumas em especial, quais eram as reais expectativas e mais ainda, a visão que se tinha, e, infelizmente, não era boa. Eureka. Havia encontrado uma pista e a partir dai e das minhas conexões, não tardou muito para eu identificar o real problema. Não precisava ser nenhuma gênia, apenas uma observadora para concluir do que se tratava. A estratégia dela era bem simples, montou-se uma grande “cerca” (de arame farpado, rs) para manter as pessoas ali sem visão e, com isso, sem ação e sem formas de reagir. E dentro dessa cerca, a estratégia sempre foi “dividir para governar”, o que explicava ninguém conhecer ninguém, e todos os fatos serem tratados de maneira muito isolada. Muitas heroínas e muitos heróis que tiveram que sair, ou melhor, que foram saídos, porque tentaram ações isoladas de salvamento. O que me ajudou também, saber disso, só me protegia, eu tive certeza que eu precisaria ser bem mais organizada e inteligente,  não bastava ser heroína por um dia. Para não ser alvo fácil e para conseguir realmente chamar a atenção da parcela decisora, eu teria que ser muito hábil. Eu teria que mostrar o que de fato estávamos vivenciando ali dentro da cerca, dados e fatos, sem chamar atenção, para não ter retaliação antes que essa parcela pudesse comprar a causa. Fiz inúmeras tentativas, perdi tempo, fiz apostas equivocadas e achei que alguns poderiam de fato ajudar, quando não, porque fui vendo a reprodução desse contexto celular em outras células laterais e em outros contextos. Então, minha missão se transformou em uma busca estratégica por líderes similares. Demorou, mas logo encontrei alguns pelo caminho, que sou grata. E também vieram decepções, muitas vezes quando tudo parecia se encaminhar para a solução, alguma desistência, mudanças na estrutura, pessoas saiam e ai, eu começava novamente, do zero. Mas ai, tem uma característica nos psicopatas interessante (e que me ajudou muito), eles gostam de deixar pistas, de comemorar a maldade e o fato de enganarem tantos, então eles fazem a maldade com requintes de crueldade e deixam pequenas pistas, que funcionam como sua própria assinatura. Comecei a colecionar essas pistas.

 Nesse interim, muitas idas e vindas, e também, muito foco na entrega e de levar o dia a dia de trabalho, relevância e metas, entre dias bons e ruins, e nos finais de semana buscando muita bibliografia, uma “jornada”. E ai me deparei com um diagnóstico perfeito. Era isso. Passei a ter certeza do que eu tinha na minha frente. Lendo várias matérias e, algumas relacionadas a psicopatia, não foi difícil fechar o diagnóstico. Descobri que trata-se da mesma patologia que se encontrava com frequência em certos políticos, líderes religiosos, figuras públicas reconhecidas e, porque não? executivos. A Psicopatia na Liderança, muito conteúdo disponível. Uaw! Esse dia foi incrível, é como se, naquele momento, eu encontrasse o suporte necessário, o respaldo, as pessoas que sempre busquei, vários autores e profissionais capazes de me orientar. Minha caminhada deixou de ser solitária e ganhei de presente uma imensidão de ajuda e vasto conteúdo. E claro, em pouquíssimo tempo, apenas confirmei o que já sabia sobre essa pessoa .

 A parte mais difícil, ao identificar que estávamos lidando com uma psicopatia, foi que gerava um receio grande e eu sabia que não poderia enfrentar isso de maneira ingênua (como muitas vezes demonstrei ser, apenas como estratégia, para não gerar reações desproporcionais). Estratégia por estratégia, também temos as nossas. Nesse momento, eu tive certeza que precisava primeiro criar um relacionamento e vínculo fortes com as pessoas nos cargos decisórios, para poder de fato “resolver” e não apenas ser vencida pelo esquema montado e pela própria patologia em si. Não poderia me dar ao luxo de jogar com armas como o teatro e a falsidade, não que esteja fazendo juízo de valor, porque se eu tivesse essas ferramentas, as teria usado. Mas é que, simplesmente, eu não sei usar essas ferramentas, infelizmente não as tenho. Ou melhor, hoje digo, felizmente.

 Não estou tentando amplificar nada e muito menos potencializar, mas realmente estava lidando com uma pessoa do mal, psicopata. Não estamos falando de uma liderança fraca ou ruim, e sim de uma liderança perversa. Para um psicopata, a maldade é tão utilizada, que já está incorporada no modus operandi, muitas vezes não é mais percebida pela pessoa, tornar-se o modo “correto” de agir. Fazendo parte, naturalmente, da forma de ser e pensar dessa pessoa. Ou seja, minha jornada começou, estava falando de “um problema real”, lidar com essa patologia no dia a dia, tentar encontrar alternativas, antes de ser vítima dessa história, uma pessoa entre tantos psicopatas nesse ambiente. A literatura é precisa quando descreve essa psicopatologia: uma total ausência de compaixão, nenhuma culpa pelo que faz ou medo de ser pega, capacidade de desfalar o que disse, esconder o que fez, mentir, distorcer, além de  inteligência para prática da maldade, disfarçada de bondade (essa é um arma poderosa nesse contexto, porque essa maquiagem perpetua sua existência por mais tempo) e habilidade para manipular quem está em volta e capacidade para identificar e escolher discípulos certos, muito parecidos e com o mesmo perfil patológico.

Logo identifiquei do que estamos falando e logo me dei conta de que não seria nada fácil seguir a caminhada, pós identificação desse contexto. Costumo chamar pessoas assim de monstros, gênios malignos ou coisa que o valha. Mas me contive no inicio, porque a maioria das pessoas  envolvidas estava sendo alvo e estavam totalmente cegas dentro da cena. Falar algo ou tomar alguma atitude brusca chocaria muito, poderia ser mal interpretado naquele momento e poderia ser algo que inviabilizaria minha permanência.

Paciência foi uma das muitas “armas” que utilizei. Hj, já na psicologia, sei que não tinha um “monstro” diante de mim, hj considero que me deparei com uma doença, ou melhor, deficiência, ausência cognitiva, uma patologia, uma psicopatia. Sabemos que 1 a 3% da população brasileira tem esse transtorno.  Dessas, poucas seriam violentas. A maioria não comete crimes, mas deixa as pessoas com quem convive desapontadas e o estrago emocional costuma ser grande. Essas pessoas andam pela sociedade como predadores sociais, rachando projetos de vida, sonhos, se aproveitando de pessoas vulneráveis, destilando maldade, buscando poder e status de maneira desordenada e sem se importar com a forma, do tipo os fins realmente justificam os meios. E claro, no ambiente corporativo, deixando várias carreiras vazias por onde passam.

 Talvez a população negligencie o fato de estarmos rodeados de psicopatas. Esses mais “simpleszinhos” que passam como pessoas normais, competitivas e determinadas. As pessoas psicopatas, que não são assassinas ou réus confessos, estão em escritórios por aí, muitas vezes ganhando uma promoção atrás da outra, enquanto dissimulam ser o que não são, maltratando pessoas de maneira disfarçada e escondida, manipulando todos, se aliando a outros muito semelhantes, puxando o tapete de colegas e contaminando toda uma organização. Também dá para encontrá-las em grande quantidade entre políticos que desviam dinheiro de merenda para suas contas bancárias, entre médicos que deixam pacientes morrerem por descaso, entre “amigos” que pegam dinheiro emprestado e nunca devolvem e acredito que muitas destas pessoas estão no ambiente corporativo porque vêem nesse ambiente uma forma de alimentar sua fome de poder e de poder maltratar pessoas com a faixada de “bem sucedidas” socialmente.

 E não foi diferente, hoje, só nesse caso específico, consigo citar mais de 15 nomes de profissionais muito próximos a mim, altamente impactados emocionalmente e que tiveram que se tratar e ressignificar suas histórias para seguirem adiante. E aqui me orgulho de ajudar a maior parte deles e, quem mais ganhou, fui eu mesma, porque aprendi muito e hoje, cada caso, cada exemplo é por mim estudado sob o viés da psicologia. Funcionou para mim como um estágio ... e que estágio.

Era uma pessoa simpática (uso esse tempo verbal, porque enfim estou livre e não pretendo nunca mais estar próxima a ela), era uma pessoa “legal”, contava histórias envolventes e tinha um sorriso ou um tom de voz que deixava qualquer um confortável. Doce. Muitas vezes, distraída, calma e inofensiva. Como pessoa, parecia até, de certa forma, aplicada e dedicada. Logo no inicio da convivência, já percebi que não era o que parecia, ou tentava parecer aos olhos de muitos. Percebi que se esforçava muito para passar uma imagem de pessoa do “bem”, generosa e preocupada com todos. Rapidamente, vendo em mim, alguém que a tinha identificado corretamente, já se mostrou exatamente como era. Era bastante falsa, tinha atos estranhos, comentários negligentes, na verdade, fingia negligência e descaso com seus desafetos, os que estavam na lista como ameaças a serem eliminadas. Sempre, com quem se “opunha” ou se mostrava mais competente e capaz de atrapalhar a sua liderança, era implacável. O que mais me chamou atenção foi a capacidade de convencer qualquer um, pelo menos ali naquele contexto, de uma falsa generosidade, e o, principal, a ausência total de remorso ao prejudicar a carreira e a saúde mental de muitos.

Para mim, que estive muito perto e com interações frequentes, era muito fácil perceber. A cada dia mais características me saltavam aos olhos e tudo fazia sentido, como todo o conteúdo que passei a estudar sobre o tema. Para os demais não. Isso porque os psicopatas não têm crises como doentes mentais: o transtorno é constante ao longo da vida, eu diria que em doses constantes e homeopáticas. Passam até uma imagem de coerentes e equilibrados em alguns momentos. Mas para quem olha, mais detalhadamente, algumas características, no entanto, são tão evidentes. Ainda não tenho a formação de psicóloga e não pretendo, como simples estudante, montar uma perfil psicológico, eu não seria assim tão irresponsável. Meu intuito aqui é passar por algumas características dessa pessoa e que foram para mim uma certeza de que estava lidando com uma pessoa muito nociva e prejudicial e que eu precisaria me cuidar para não ter nenhuma sequela mais grave ou nenhum impacto emocional maior. Sempre quis apenas sair ilesa de tudo isso, mas sempre pensando em “salvar” todos os demais, nunca considerei apenas me salvar, como muitos me sugeriram. Tinha já virado uma causa. Tinha acordado em mim, a paixão por psicologia, que sempre tive como meu plano B de carreira. Psicologia sempre foi minha segunda paixão, perdendo apenas para tecnologia. Então tudo isso, fez acordar esse gigante dentro de mim.

 

#1: A primeira característica que percebi, foi a propensão à Mentira. Todo mundo mente, mas psicopatas fazem isso o tempo todo, com todo mundo. Inclusive com eles mesmos.  Essa pessoa usava e abusava de termos técnicos de conhecimentos que fingia ter, mas era só insistir em algumas perguntas para ver o quanto não era real. E foram muitas mentiras, muitas que, contadas repetidamente, passavam até a ganhar um certo ar de verdade. Depois que descobri as mentiras que ele me contou, temas diretamente relacionadas comigo, passei um tempo me perguntando como tinha sido tão burra por acreditar naquilo em um primeiro momento. É um sofrimento para as pessoas que convivem com líderes assim.  O pior é que essa pessoa não achava que estava fazendo algo errado, dizia que omita coisas e não mentia, e sempre dizia, friamente, que queria fazer o bem para sua equipe. Entendo omissão por deixar de falar algo, no caso dela eram mentiras mesmo. Eu comecei a perceber que era patológico, porque além de mentir, ela não achava que estava fazendo nada errado, mesmo ao pegá-la em inconsistências, muitas vezes, eu ressaltei a mentira para que ela se explicasse e ela, mais uma vez, recheava as conversas com novas mentiras, um ciclo insano. Eu diria patológico mesmo. Logo percebi que não falaria nunca a verdade e que esse caminho de fazê-la enxergar sua falsidade seria em vão. Além das mentiras pensadas e articuladas, aqui, já me aprofundando no tema, observei muitos “atos falhos”, sempre observava o conteúdo e o momento em que apareciam, porque os atos falhos dizem muito. Atos falhos são manifestações do nosso inconsciente, fruto de nosso desejo e vontade ou da intenção de reprimir e esconder. São excelentes dicas e “pistas” para os analistas de plantão, no caso “euzinha”. rs

 

#2: Outra característica que me saltou os olhos, foi tratar as pessoas como “coisas”, como se não fossem pessoas, com medos, com necessidades, com demandas e dificuldades. Eram apenas peças, nas reuniões reduzidas, ai sim ficava tudo muito nítido, como eram apenas poucas pessoas, tudo ficava mais intenso e nítido, não precisava posar, havia um relaxamento e aparecia muita coisa. Gostava de chamar as pessoas de  “peças” em um tabuleiro. Como um grande jogo. Sendo que essa frase, sempre era usada mesmo por ela: “tenho que mover algumas peças no meu tabuleiro”. Chamou minha atenção esse jeito asséptico de ver o mundo, faz com que um psicopata consiga mentir sem ficar nervoso, sacanear os outros sem sentir culpa. Muitas vezes eu percebia a maldade pela maldade em si, para ela especificamente, em algumas situações, nem ganho real essa pessoa teria com tal ato, mas era a maldade pelo prazer da maldade em si e para se sentir liderando a situação ou pela sensação de “poder” que julgava ter. Gostava de ter essa sensação de “poder” manipular as pessoas da forma que achava conveniente.

 

Mesmo quando eu já tinha essas duas características dessa pessoa muito mapeadas, ainda assim, eu tinha dúvidas. Em alguns momentos, eu voltava no enunciado, para ter certeza de não estar sendo imediatista na solução. Lidando com um psicopata sempre achamos, no inicio que estamos equivocados e, por fim, se não  estamos exagerando. Minha certeza veio, quando ela se conectou com outra pessoa igualmente má do time e a escolheu como sucessora. Foi um casamento perfeito, como essas duas pessoas se entendiam e concordavam. De todos os integrantes do time, talvez, essa pessoa, escolhida por ela, era a que se destacava por ter a maldade nata e pouca preocupação com a sua imagem ruim mediante todos. Já era conhecida do time e tinha muitos apelidos, acho que posso citar “monstro”, porque era o mais carinhoso deles. Rs. E quando a conexão entre as duas se consolidou, foi como unir a fome com a vontade de comer. Foi uma explosão. Ela de fato encontrou um capataz para realizar sua maldade, sem dó, e, ainda com isso, podendo manter sua imagem de boa pessoa, porque tinha delegado a maldade e a tortura a outra pessoa.

 

Foi ai, que todo o ambiente começou a ficar insuportável, e eu considerei pela primeira vez “desistir”. Nas reuniões executivas que eu tinha que participar, estava a “dupla dinâmica” e, portanto me exigia uma dose de proteção divina e de blindagem para não me afetar e nem me contaminar. Estar nesse “seleto” grupo me chocava, a cada reunião, ver as colocações e a frieza no que tange a maldade, sempre me chamou a atenção, a maneira de se expressar ao tratar as pessoas, a formar de conduzir a equipe e as “mentiras combinadas” que seriam ditas e, o pior, agora era tudo em dose dupla. Pensando em desistir e diante de uma quadro patológico, comecei acreditar que não era para amadores e que eu não teria o poder de sair do outro lado. Foi ai que recorri novamente aos Universitários. Em um outro café, momento que me recordo cheia de gratidão, relatei tudo, com riqueza de detalhes e foi mágico. Depois de muitas considerações que reiteravam minha “missão” em salvar esse time, concordei em me manter presente e confiar que a justiça aconteceria e libertar todos em um futuro próximo. Libertar é o verbo certo, porque lidando com psicopatas estamos realmente reféns, é como um cativeiro. Renovei minhas forças e as esperanças e novamente segui em frente, não estava sozinha, muito pelo contrário, tinha o patrocínio certo.

 

#3: Uma terceira característica que também percebi é o fato de nunca estar conectada a realidade, em se viver em um mundo totalmente paralelo. Esse Espírito sonhador (vou chamar assim, parece até algo bonito, mas não é), de viver com a cabeça nas nuvens, mesmo se a situação do time estiver miserável, essa pessoa só falava sobre as “glórias” que o futuro nos reservava ou suas “ilusórias conquistas”. Mas nem as glórias e nem as conquistas eram reais, eram fruto de um sonho maluco, como se tivesse obtido relevância e consideração, como se todos estivessem bem e como se o ambiente fosse extremamente saudável, mas nunca o foi. Conquista e Glória de “fachada”. Eu classifico como uma ilusão muito própria de poder e reconhecimento, para satisfazer a si, mesmo sabendo que não eram reais, mas sempre fingia ser e ninguém ousada discordar. Só se via um movimento de muitos de conseguir oportunidades em outro lugares. Havia também, um roubo de identidade, quando, muitas vezes contava uma conquista de outra pessoa, como se fosse dela. Tipo paranoia, provavelmente, no seu mundo paralelo, ela tinha sido reconhecida pelo seu amiguinho imaginário. Aqui tenho até dificuldades em explicar, porque é algo muito nebuloso, nada concreto, falas, falas ilusórias criando um contexto irreal, como em uma viagem narcótica em que tudo é relativo, sonho e realidade misturados. E o efeito era tão passageiro que eu a via, a cada momento, aumentando a dosagem da viagem, buscando a sensação de satisfação que nunca era suficiente, mas fingia ser, muito difícil, porque muitos se sentiam mal mas tinham que dizer que se sentiam bem . Para ela, não havia diferença entre sinceridade e falsidade. Era capaz de contar qualquer mentira como se fosse a verdade mais cristalina. E o pior, distorcer a verdade, como em um passe de mágica. Um pesadelo.

 

#4: Existia também uma característica muito presente em todas suas ações, que posso chamar de Frieza. Uma pessoa sem vida. Algo robotizado. Não reagia ao ver alguém chorando, alguém enfrentando uma situação de dor, ou mesmo, de constrangimento, quando alguém era, de certa forma, acusado de um erro que não cometeu ou de uma falha que não estava sob sua responsabilidade, e terminava sempre as reuniões sem dar explicação ou com respostas pouco conclusivas. Todas as reuniões tínhamos uma parte reservada para as perguntas do time (enviadas previamente, claro) e acabou virando “meme” porque as respostas não eram dadas, se falava muito mas não se respondia nada. Muitas vezes as mesmas perguntas eram feitas, reunião após reunião, e ai nas conversas paralelas do time, foi virando uma grande piada (e as várias frases que rolavam no time: “a volta dos que não foram”, “se não chover, depois da chuva, eu passo lá”, “ser ou não ser”).

 

Era nítido quando havia uma situação de dor, perda de um parente, algum acidente, era muito estranho ver como ela agiu nesse cenário, não se importando, não fazendo nem o “politicamente correto”. Isso acontecia o tempo todo e com todos da equipe, acidentes, imprevistos, doenças, não acionavam nenhuma emoção, muitas vezes, a maior parte delas, os profissionais não recebiam sequer uma mensagem. Assim como nascimentos, progressos, casamentos, enfim, sucessos, também não a tocavam. E ai, alguns anos depois, uma par me ligou contatando do nascimento do seu filho e de uma reação muito similar ao falecimento de um ente querido, ou seja uma “não reação”, de total negligência, insensibilidade, claro que eu entendi, eu já tinha passado por algo similar. Ela me contava incrédula, mas eu sabia exatamente que o que me dizia era verdade. E dai fui conectando com outras historias de outros integrantes do grupo, em situações relacionadas a emoções bem fortes. Soa muito estranho, ainda mais porque em uma posição de liderança, além de suas próprias crenças, você representa um cargo, você representa uma empresa e com isso a responsabilidade pelas pessoas que lidera é inerente a responsabilidade do cargo que ocupa, mas ainda assim.

 

#5: Tinha também uma característica muito peculiar e que ela sempre demonstrava, que eu vou chamar de parasitismo Os psicopatas, quando conseguem a confiança de alguém, sugam tudo, todas as ideias, todos os trabalhos, tudo que se é feito, sem nenhuma cerimônia, se apropriando do que não é deles. E era comum a ver falando, como se tivesse sido a mentora intelectual (claro que do que dava certo, o que desse errado, com certeza não teria partido dela).  Apropriando das glórias e se esquivando dos fracassos do time. Eu sentia muito isso, apropriação indevida do meu trabalho, e, com tudo isso, ficava claro o quanto essa pessoa precisava de mim e por isso não conseguia se “livrar de mim”. Desafazer de mim, apesar de ser algo que ela queria muito, estava fora de cogitação, nessa altura eu já tinha muitos fãs pelo caminho, exigiria dela uma mentira muito mais elaborada e, no fundo, era precisa também das glórias. Isso acontecia, não só comigo, mas com os melhores profissionais do time. Eu sabia que ela nunca iria me ajudar ou patrocinar nada, era muito perceptível para mim. Lamento, porque muitos do grupo caíram nessa armadilha, o quanto ela se aproximava até capturar o trabalho, a ideia, a forma, o discurso e depois, sem parcimônia ou constrangimento, inclusive muitas vezes na frente dos autores reais, se apropriava das ideias e dos trabalhos em alto e bom tom. Algo complexo e que gerava muitas dúvidas na plateia, já que se apropriava de algo com tanta convicção e persuasão, ninguém nem ousava acreditar que poderia não ter sido feito por ela.

 

#6: Por último e talvez permeando todas as características acima, sempre aparecia o egoísmo Fazia suas próprias leis, suas regras e políticas mudavam constantemente para atender a si mesma, por isso a coerência nunca era possível, porque o mesmo argumento que utilizava para justificar uma medida tomada, era também usado em outra situação totalmente inversa. Uma rede complexa de justificativas e justificativas e complexidade nas regras e políticas fazendo as mesmas nunca serem entendíveis pelo grupo. Não entendia o que significava “bem comum”. Se estivesse tudo ok para ela, não interessava como estava o resto do mundo.  Total falta de transparência e justiça. Direcionando todos os recursos da empresa e todas as oportunidades da empresa para favorecidos diretos, para os que, muitas vezes, eram chamados pelo time de “protegidos”, deixando os demais sem o mínimo para desempenharem suas funções. Via todo esse cenário com tristeza, mas sempre encorajada a fazer minha parte, e sempre onde a dignidade não estava sendo preservada, eu entrava para tentar trazer alguma compensação.

 

A explicação que eu tenho para que essa pessoa tenha sobrevivido tanto tempo em uma posição é que, pessoas assim, costumavam se dar bem em ambientes pouco estruturados e com pessoas vulneráveis e também pelo fato de não ter um reporte local para alguma liderança local, isso encobria muitos desmandos. A liderança global, pela diferença de cultura, diferença de fuso horário e por não ter acesso direto ao time, não tinha a menor visibilidade do que se passava ali. Esse era exatamente o cenário que vivíamos. Lembro também que todas as contratações buscavam pessoas com o mesmo “perfil” ou seja, fragilizadas e extremamente necessitadas da oportunidade. Acho que, assim, ela consegui controlar melhor o grupo e nunca ser questionada ou pressionada.

 

#7: Por último, posso dizer que outro ponto foi o “charme” que ela simulava com a liderança global anterior e que  a ajudou a conquistar a confiança e a pressionar para que colegas que atrapalhavam sua ascensão profissional acabassem demitidos ou eliminados. Muita rotatividade e muitas demissões, sempre foi o que se viu na equipe. Mas sempre bem explicadas e embasadas, taí algo que sabia fazer: “business cases” para comprovar a má performance dos profissionais a serem eliminados. A maior parte das contratações eram sempre de pessoas vulneráveis, como comentei. Um ciclo vicioso e uma total “blindagem”, inviolável, uma cerca que por muito tempo se mostrou forte e suficiente, que protegeu seu reino por alguns bons anos.

 

Tudo isso sempre me chamou muita atenção como comentei. Desde sempre. Não demorar muito a perceber tudo isso, para mim, foi a chave da superação e da sobrevivência. Ainda bem que tudo se evidenciou desde muito cedo, logo no inicio, não tive tempo para me iludir. Logo na primeira semana, notei que ela gastava mais tempo criando “probleminhas” entre os liderados e criando situações, do que, trabalhando propriamente dito. Depois, ela mesma vinha com as soluções para os problemas que ela mesma criava. Uma pessoa única. De certa forma inteligente, em gerar os problemas que resolvia e saber fazer uma propaganda em ser uma grande “solucionadora” de problemas. Uma estratégia que parecia interessante, mas, com o passar dos anos, a não geração de resultados ficou em evidência. Posso dizer, que essa pessoa formou uma legião de desafetos e com isso, como disse, ganhou uma série de apelidos pejorativos, no nosso grupo, cada um deu um apelido. Nunca concordei com isso, porque um apelido pejorativo era se transformar nela, na própria maldade. Então eu escolhi o apelido que daria a ela e, para isso, procurei focar no lado bom, passei algum tempo pensando no que ela tinha de bom, qual seria essa parte nela, até que encontrei, eu a chamava de “escola”. A Escola está aí, ou a Escola está me perguntando isso ou pedindo aqui, ou bla bla bla. E Escola é bem simbólico. Porque foi uma escola para mim, fonte de muito aprendizado, costumo dizer que aprendi, muitas vezes, mais com os anti-exemplos, com o que não se deve repetir ou copiar, e nesse sentido, essa pessoa foi o meu maior anti-exemplo. E me fez muito melhor profissional, pude me transformar em uma líder muito melhor do que eu seria sem essa experiência. E aqui não estou fazendo o “jogo do contente”, mas é real, esses desafios só contribuem para nosso progresso.

 

Hoje sei  que “o poder e o controle” sobre os outros tornam as grandes empresas muito atraentes para os psicopatas. O pior que vejo nessas pessoas é que, mesmo empresas estruturadas, e que possuem uma área de RH estruturada e capaz de identificar esse perfil, não estão isentas. Isso porque os psicopatas que são “pinçados” pelo RH e começam a ser acompanhados mais de perto, rapidamente pegam os “chargões” usados e o discurso politicamente correto e esperado, e se camuflam rapidamente. Porque são muito hábeis, não chegaram onde chegaram sem essa habilidade. Portanto ao tentar ajudá-los ou recuperá-los, o RH só os fortalecem. Infelizmente, eles se disfarçam dentro do sistema e para serem identificados, há que se ter muita vontade e um trabalho de fato coordenado e senior.

 

Felizmente, nesse reino distante, ao final tudo se concluiu de uma maneira muito efetiva. Não posso dizer aqui “fomos felizes para sempre”, mas sim voltamos ao dia a dia “normal” (e falando em psicopatia, essa palavra normal é, por si só, um grande alívio) e passamos a lidar com os desafios diários de uma grande corporação mas sem a contaminação e o exagero que vinha sendo imposto por essa pessoa, da qual, nunca mais tive notícias.

 

Refletindo agora e revivendo essa história ao escrever, acredito que demorou mais do que o esperado, mas tendo em vista todo o cenário, seria realmente difícil fazer o entorno prestar atenção no que estava de fato acontecendo. Foi também uma caminhada muito produtiva para mim, pude fortalecer características muito importantes como a resiliência e a empatia. E hoje me sinto infinitamente mais preparada. Talvez, eu tenha dedicado muito e colocado muito empenho e muitas horas no encaminhamento dessa questão, mas não foi uma jornada em vão. Mesmo o que apagamos ou resolvemos fica marcado. Essa pessoa foi identificada, pelo seu caráter nocivo ao ambiente e também pela “não entrega” de resultados e, em uma grande corporação, não ser útil, não ser efetiva, não entregar resultados é uma sentença de morte. Foi desligada após algum tempo, alguns anos, deixou sucessores, lembra da dupla dinâmica?

 

Não estou mais nessa empresa, nessa área, migrei, vivo hoje outro cenário, em outra área, em outros desafios. Ainda assim, durante algum tempo, mesmo de outro lugar, ajudei muitos ex-liderados a se recolocarem profissionalmente e a encontrarem sentido e novos rumos. Pelo que me relatavam ainda se perpetuava todo esse cenário, porque a sucessão foi uma continuidade, o famoso “trocar seis por meia dúzia”. Hoje não mais tenho tanto contato, nossas vidas profissionais tomaram outros rumos, acho o distanciamento importante, essa fase faz parte do meu passado profissional, fase de importante crescimento e hoje me sinto totalmente preparada para meus novos e reais desafios. E posso dizer (mas aqui é outra história) que muito tempo depois encontrei outros exemplares da “menina com o dedo cinza”, tanto na versão feminina quanto masculina, mas de uma maneira bem mais preparada, pude lidar muito bem. Ai que reforço o quanto sou grata por tudo que aconteceu e pela forma como aconteceu.

 

O intuito aqui, espero que tenham gostado, foi apenas didático, simples, de colocar um ponto de vista, uma luz no fim do túnel, ainda mais porque hoje na graduação, vivo de estudar “casos” e de enveredar pela mente humana e suas patologias. Escrevo alertando para o fato de estarmos rodeados de psicopatas, que como tal, tentam destruir a auto estima e crenças, valores, posturas, nossa identidade. A minha dica? Por favor, não negligenciem esse fato! Eles existem e estão por todos os lados! Saber identificá-los e identificá-los o quanto antes, é super importante, para manter sua sanidade mental.

O mundo corporativo por si só já nos exige bastante, não é nenhuma novidade, mas interagindo com psicopatas, o desafio se agiganta. Ter seus próprios filtros, assumir o protagonismo e não se deixar levar, são as minhas recomendações. Sempre digo e repito, que nós mesmos temos que nos conhecer e saber quais os feedbacks iremos aceitar e deixar entrar. O que faz sentido para você. Não ficar a mercê de psicopatas e nem ser manipulados por eles. Sugiro também leituras, na minha lista de sugestão, coloquei muitos livros, tem muito conteúdo interessante. Defendo a idéia de que somos nossos próprios analistas.

Aproveito, por fim, para ressaltar um livro extremamente interessante sobre o tema “Psicopatas de Terno”. Recomendo esse livro escrito pelo psiquiatra Hare, em conjunto com Babiak. O livro se chama Snakes in Suits – When Psychopaths Go to Work (“Cobras de Terno – Quando Psicopatas vão Trabalhar”), inédito no Brasil.

Boa Leitura!

 


 

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