Luto - A postura do psicólogo deve ser de acolhimento e facilitação do processo ativo de adaptação à perda, com validação e respeito ao tempo singular de cada um. Cabe ao psicólogo oferecer espaço seguro para que tristeza, raiva ou saudade possam ser expressos sem julgamento. Mais do que esperar que o paciente percorra fases fixas, o profissional pode auxiliar no cumprimento das tarefas do luto: reconhecer que a pessoa realmente morreu e não vai voltar (aceitar a realidade da morte), apoiar a vivência da dor e de sentimentos difíceis sem reprimi-los (processar a dor do luto), ajudar na reorganização da vida sem a pessoa, assumindo novos papéis e ressignificando a identidade (ajustar-se ao mundo sem a pessoa) e, por fim, favorecer a construção de uma conexão afetiva duradoura com quem partiu, sem que isso impeça o paciente de seguir vivendo (conexão duradoura com a pessoa morta, sem impedir a vida de seguir), manter lembranças e vínculos afetivos, mas ao mesmo tempo continuar vivendo e se abrindo para novas experiências. O psicólogo atua como presença segura e mediadora, transformando o sofrimento em reconstrução.
Cuidados Paliativos - Diante de um paciente em fase avançada de doença, a postura
do psicólogo deve articular escuta clínica, mediação familiar e respeito à autonomia
do paciente, tanto no hospital quanto no domicílio. É papel do profissional
favorecer a expressão de emoções, mediar conflitos familiares e apoiar decisões
difíceis, à luz da bioética e da humanização do cuidado. Reconhecer
o luto antecipatório, sintomas depressivos e conflitos relacionais
(ex:conjugais), oferecendo espaço para expressão emocional e apoio à família. O
psicólogo deve favorecer a humanização do cuidado, auxiliando na construção de
estratégias de enfrentamento, resgatando a autonomia do paciente e mediando
decisões difíceis à luz da bioética, incluindo temas como ortotanásia e
dignidade. O psicólogo atua como facilitador de diálogos, ajudando paciente e
família a ressignificarem o tempo de vida restante, encontrarem qualidade nesse
processo e fortalecerem vínculos afetivos. Transformar a experiência do
adoecimento em um processo ativo, significativo e humanizado.
Psico-Oncologia - A postura do psicólogo integra escuta clínica, acolhimento e
intervenção tanto individual quanto familiar ou em grupo, considerando o câncer
como problema de saúde pública multifatorial, de alta prevalência e associado a
sofrimento físico e psíquico. O diagnóstico gera intensa fragilidade
emocional e desestruturação familiar, e a morte atua como um
fantasma, permeado por crenças e estigmas. Além do paciente e da
família, as equipes de saúde também sofrem impactos emocionais significativos,
demandando atenção ao “cuidado do cuidador”. A atuação do psicólogo deve
contemplar os três eixos da Psico-Oncologia: assistência, oferecendo
apoio ao paciente, familiares e profissionais em todas as fases da doença; pesquisa,
investigando variáveis psicológicas e sociais que influenciam enfrentamento e
sobrevida; e organização de serviços, contribuindo para um atendimento
integral e para a formação e aprimoramento contínuo dos profissionais. O
psicólogo promove mecanismos de enfrentamento (coping), favorece o
processamento emocional e fortalece vínculos, humanizando o cuidado e
integrando dimensões biopsicossociais do adoecer.
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