Introdução

A forma como nos apresentamos ao mundo reflete nossa autoconfiança e influencia diretamente nossos vínculos, decisões e percursos. Na PsiT.ech, unimos Psicologia, Tecnologia, Estilo e Organização para oferecer uma experiência de cuidado e transformação. Neste momento, antes da minha formatura e da atuação clínica com registro profissional, ofereço conteúdo psicológico por meio de textos que tocam o cotidiano, com responsabilidade e sensibilidade. É o cuidado possível agora — e também um convite à reflexão. A proposta envolve um olhar integrado: os estilistas ajudam você a expressar sua identidade por meio de roupas, cores e formas que dialogam com sua rotina e seus objetivos. Os organizadores otimizam seus espaços para que eles acolham quem você é e facilitem o que você faz. E, por fim, trago a minha vivência no mundo corporativo de tecnologia atravessada pela psicologia: escrevo sobre luto, ansiedade, carreira, relacionamentos, inteligência artificial, metaverso — sempre com escuta e presença. PsiT.ech é onde cuidado emocional encontra inovação. E onde o futuro da psicologia já começa agora.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Psicologia da Saúde

Luto - A postura do psicólogo deve ser de acolhimento e facilitação do processo ativo de adaptação à perda, com validação e respeito ao tempo singular de cada um. Cabe ao psicólogo oferecer espaço seguro para que tristeza, raiva ou saudade possam ser expressos sem julgamento. Mais do que esperar que o paciente percorra fases fixas, o profissional pode auxiliar no cumprimento das tarefas do luto: reconhecer que a pessoa realmente morreu e não vai voltar (aceitar a realidade da morte), apoiar a vivência da dor e de sentimentos difíceis sem reprimi-los (processar a dor do luto), ajudar na reorganização da vida sem a pessoa, assumindo novos papéis e ressignificando a identidade (ajustar-se ao mundo sem a pessoa) e, por fim, favorecer a construção de uma conexão afetiva duradoura com quem partiu, sem que isso impeça o paciente de seguir vivendo (conexão duradoura com a pessoa morta, sem impedir a vida de seguir), manter lembranças e vínculos afetivos, mas ao mesmo tempo continuar vivendo e se abrindo para novas experiências. O psicólogo atua como presença segura e mediadora, transformando o sofrimento em reconstrução.

 

Cuidados Paliativos - Diante de um paciente em fase avançada de doença, a postura do psicólogo deve articular escuta clínica, mediação familiar e respeito à autonomia do paciente, tanto no hospital quanto no domicílio. É papel do profissional favorecer a expressão de emoções, mediar conflitos familiares e apoiar decisões difíceis, à luz da bioética e da humanização do cuidado. Reconhecer o luto antecipatório, sintomas depressivos e conflitos relacionais (ex:conjugais), oferecendo espaço para expressão emocional e apoio à família. O psicólogo deve favorecer a humanização do cuidado, auxiliando na construção de estratégias de enfrentamento, resgatando a autonomia do paciente e mediando decisões difíceis à luz da bioética, incluindo temas como ortotanásia e dignidade. O psicólogo atua como facilitador de diálogos, ajudando paciente e família a ressignificarem o tempo de vida restante, encontrarem qualidade nesse processo e fortalecerem vínculos afetivos. Transformar a experiência do adoecimento em um processo ativo, significativo e humanizado.

 

Psico-Oncologia - A postura do psicólogo integra escuta clínica, acolhimento e intervenção tanto individual quanto familiar ou em grupo, considerando o câncer como problema de saúde pública multifatorial, de alta prevalência e associado a sofrimento físico e psíquico. O diagnóstico gera intensa fragilidade emocional e desestruturação familiar, e a morte atua como um fantasma, permeado por crenças e estigmas. Além do paciente e da família, as equipes de saúde também sofrem impactos emocionais significativos, demandando atenção ao “cuidado do cuidador”. A atuação do psicólogo deve contemplar os três eixos da Psico-Oncologia: assistência, oferecendo apoio ao paciente, familiares e profissionais em todas as fases da doença; pesquisa, investigando variáveis psicológicas e sociais que influenciam enfrentamento e sobrevida; e organização de serviços, contribuindo para um atendimento integral e para a formação e aprimoramento contínuo dos profissionais. O psicólogo promove mecanismos de enfrentamento (coping), favorece o processamento emocional e fortalece vínculos, humanizando o cuidado e integrando dimensões biopsicossociais do adoecer.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

PsiT.ech – Por que escolhi a Psicologia para quem vive a tecnologia

Trabalhei por anos como analista de sistemas. Foram anos imersa em códigos, servidores, bancos de dados, integrações complexas e projetos que precisavam rodar com precisão milimétrica. Vivi de perto a adrenalina das entregas, as madrugadas em claro diante de erros que insistiam em reaparecer, o peso das metas e a constante sensação de que o tempo nunca era suficiente. Durante esse percurso, observei em mim mesma e em meus colegas de profissão algo que ia muito além do cansaço físico: havia sofrimentos silenciosos, difíceis de nomear, que se escondiam atrás das telas e dos relatórios.

Foi justamente nesse ponto de encontro — entre códigos e emoções — que nasceu o desejo de me dedicar à Psicologia. A decisão não surgiu do nada: ela foi amadurecendo a partir de uma constatação dolorosa e, ao mesmo tempo, libertadora. A área de tecnologia, que tanto me ensinou, também me mostrou de perto os custos emocionais de viver num ambiente de alta performance, onde a exigência mental é constante e a pressão por resultados raramente dá trégua.

Assim nasceu a PsiT.ech, meu projeto pessoal e profissional voltado à promoção de saúde mental com um olhar especial para quem trabalha com tecnologia.


Os bastidores invisíveis da vida tech

Quando pensamos em tecnologia, a imagem que geralmente vem à mente é a de inovação, velocidade, soluções inteligentes e carreiras promissoras. De fato, a área é um motor essencial da sociedade contemporânea. Mas por trás dessa vitrine de eficiência e criatividade, existem bastidores carregados de experiências psíquicas complexas e, muitas vezes, dolorosas.

Profissionais de tecnologia enfrentam desafios singulares, que nem sempre são compreendidos por quem está fora desse universo. Alguns exemplos:

  • Jornadas exaustivas: a cultura do "sempre online" cria a sensação de que o trabalho nunca termina. Muitas vezes, não há uma clara separação entre vida pessoal e profissional.

  • Alta exigência cognitiva: lidar com problemas complexos diariamente exige não apenas raciocínio lógico, mas também memória, concentração e criatividade constantes. Isso esgota.

  • Metas agressivas e prazos irreais: a pressa do mercado para lançar produtos e serviços pode transformar o cotidiano em uma corrida interminável contra o relógio.

  • Ansiedade por desempenho: o medo de "não dar conta" ou de não estar à altura dos colegas alimenta quadros de ansiedade, estresse e até síndrome de burnout.

  • Insegurança no ambiente de trabalho: a velocidade das mudanças tecnológicas cria a sensação de que é preciso estar sempre estudando, sempre atualizado, sob o risco de se tornar "obsoleto".

  • Solidão em meio ao excesso de conexões virtuais: paradoxalmente, muitos profissionais que passam o dia conectados relatam sentimentos de isolamento, falta de pertencimento e dificuldade de criar vínculos significativos no trabalho.

Esses fatores combinados produzem um terreno fértil para o adoecimento psíquico. Depressão, ansiedade, esgotamento, problemas de autoestima e até dificuldades nos relacionamentos pessoais são consequências frequentes — mas muitas vezes silenciadas.


Por que Psicologia para a tecnologia?

Minha escolha pela Psicologia não foi apenas uma mudança de carreira, mas uma continuidade em outra direção. Depois de anos vivendo o mundo tech, percebi que havia algo que precisava ser dito: não somos máquinas.

Somos humanos programando máquinas. E justamente por sermos humanos, estamos atravessados por limites, desejos, angústias, vulnerabilidades e contradições. Por mais que a lógica do código pareça binária e precisa, nossa experiência subjetiva é feita de nuances, incertezas e afetos.

Foi nesse ponto que a Psicanálise, a Psicologia da Saúde e outras perspectivas teóricas me ofereceram ferramentas para compreender aquilo que eu e tantos colegas sentíamos, mas não conseguíamos nomear.

Hoje, enxergo que minha experiência como analista de sistemas foi também um laboratório humano: um campo de observação de sofrimentos, defesas, estratégias de sobrevivência e desejos que atravessam a vida de quem trabalha com tecnologia. E é a partir dessa escuta e desse percurso que construo a PsiT.ech.


O que é a PsiT.ech?

A PsiT.ech nasce como um espaço de reflexão e cuidado, que une duas áreas aparentemente distantes: Psicologia e Tecnologia. Mas, na verdade, elas dialogam de maneira muito íntima. Se a tecnologia molda nossa forma de viver, pensar e nos relacionar, é natural que a Psicologia precise estar presente para compreender seus efeitos e acolher as dores que emergem daí.

Meu propósito com este projeto é:

  • Promover saúde mental entre profissionais da área tech.

  • Dar visibilidade aos sofrimentos específicos desse grupo.

  • Criar pontes entre conhecimento técnico e compreensão subjetiva.

  • Oferecer escuta qualificada, fundamentada em minha formação em Psicologia e em minha vivência como profissional de TI.

  • Abrir diálogo sobre formas de equilibrar inovação, carreira e bem-estar psíquico.

A PsiT.ech não é apenas um blog, mas um espaço de encontro, troca e reflexão. Quero que cada texto aqui publicado seja um convite a olhar para além das linhas de código e reconhecer o humano que habita o "back-end" da vida digital.


Entre o digital e o humano

Vivemos um tempo em que a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas um ambiente no qual existimos. Nossos laços, nosso trabalho, nossa forma de aprender e até de amar passam, em alguma medida, pelas telas. Isso torna o cuidado com a saúde mental ainda mais urgente.

Profissionais de tecnologia não precisam apenas de atualização técnica — eles precisam de espaços de pausa, de reconhecimento, de elaboração das próprias emoções. É nesse espaço que a Psicologia pode atuar: não como um manual de instruções, mas como uma escuta aberta ao inesperado, ao singular de cada sujeito.

Se nos sistemas buscamos a eficiência máxima, na vida psíquica precisamos aceitar a complexidade, a falha, o imprevisto. O encontro entre Psicologia e Tecnologia, para mim, é um convite a resgatar essa dimensão humana em meio ao ritmo acelerado da inovação.


A PsiT.ech nasce do meu próprio percurso: anos de experiência em tecnologia e o desejo profundo de compreender os bastidores invisíveis desse universo pela via da Psicologia. É um projeto que une minhas duas formações, mas sobretudo, que une minha história pessoal ao compromisso ético de oferecer cuidado.

Se você trabalha com tecnologia e já sentiu na pele a pressão, a ansiedade, o cansaço ou a solidão que descrevi, este espaço é para você. Aqui, a lógica não é a do código binário, mas a da escuta e do acolhimento.

Porque, no fim das contas, podemos até falar em sistemas, servidores e algoritmos — mas é sempre de pessoas que se trata.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

De Analista de Sistemas à Analista de Pessoas

Por muitos anos, minha rotina foi dominada por códigos, planilhas, diagramas de fluxo e sistemas complexos. Como Analista de Sistemas, meu trabalho exigia lógica, precisão, atenção aos detalhes e a capacidade de prever consequências de cada decisão — qual linha de código poderia gerar erro, qual sistema precisava de ajustes, como otimizar processos sem comprometer a eficiência. Tudo tinha um padrão, uma regra, uma lógica clara.

Hoje, atuo como "Analista de Pessoas", mergulhando em histórias, emoções, pensamentos e relações humanas. Em vez de algoritmos, lido com sentimentos; em vez de fluxogramas, observo comportamentos; em vez de dados binários, interpreto nuances e subjetividades. À primeira vista, parece que tudo mudou. Mas, se olharmos de perto, a transição é mais fluida do que se imagina.

A lógica que aplicava em sistemas agora se transforma em raciocínio clínico: cada comportamento humano pode ser compreendido em padrões, tendências e causas, mas sempre com espaço para exceções e singularidades. A análise de processos complexos deu lugar à análise de histórias de vida; o que antes eram códigos e sistemas, agora são narrativas, emoções e experiências únicas.

A disciplina adquirida na carreira de tecnologia me ajuda a organizar pensamentos, estruturar atendimentos e acompanhar a evolução do processo terapêutico. A paciência para depurar um programa reflete-se na paciência necessária para ouvir, acolher e acompanhar mudanças internas em outra pessoa. A atenção aos detalhes, tão essencial para não deixar erros passarem despercebidos, se transforma na sensibilidade para perceber sutilezas no discurso, gestos ou emoções.

São exigidas habilidades diferentes, mas complementares: empatia, escuta ativa, compreensão do inconsciente, ética e presença genuína. Ainda assim, cada experiência técnica construída ao longo de anos em Exatas se revela como um alicerce valioso na nova trajetória em Humanas, mostrando que ciência e humanidade podem se complementar.

Não abandonei um universo; transferi habilidades, visão sistêmica e disciplina para algo mais profundo: ajudar pessoas a se compreenderem, a enfrentarem desafios e a encontrarem sentido em suas vidas. E, assim, de Analista de Sistemas, tornei-me "Analista de Pessoas" — uma transição que une lógica e sensibilidade, estratégia e empatia, números e sentimentos.


Será por isso que escolhi Lacan? Com certeza.

Lacan mostrou que o inconsciente tem sua própria “linguagem”, cheia de lógica, padrões e estruturas — quase como um sistema que precisa ser decodificado. De repente, toda a disciplina, o raciocínio e a atenção aos detalhes que usei em códigos e planilhas agora me ajudam a perceber sutilezas no discurso, repetições, pausas e escolhas de palavras dos pacientes. Grafos, vetores, fórmulas, teoremas… eita, Lacan! É curioso como a lógica e a matemática, que pareciam tão distantes do humano, estão, de alguma forma, no coração da psicanálise. Cada experiência em Exatas se transformou em ferramenta para escuta, compreensão e intervenção clínica. Nada se perde; tudo se transforma. E assim, minha “programação” virou cuidado, empatia e análise.



Da Tela ao Divã: Surpresas e Descobertas

Quem me conhece sabe: eu passei 30 anos da minha vida cercada de computadores, códigos e planilhas intermináveis. Tecnologia sempre foi minha paixão — desde criança, eu estava fascinada por máquinas e algoritmos, resolvendo problemas que, na época, só eu achava divertidos.

Mas a vida, como sempre, adora nos surpreender. Nem todo plano segue como esperado: projetos frustrados, mudanças inesperadas, perdas, decepções… e foi nesse caos que percebi algo que sempre esteve ali, esperando por atenção: a Psicologia.

Sim, eu deixei um pouco os algoritmos para estudar o comportamento humano, emoções, pensamentos e histórias de vida. E foi incrível perceber que tudo o que aprendi em tecnologia — paciência, atenção aos detalhes, pensamento lógico — se encaixa perfeitamente na Psicologia. Só que agora, em vez de depurar programas, estou ajudando pessoas a depurar suas próprias jornadas.

Entre tropeços e descobertas, percebi que cada surpresa da vida é, na verdade, um convite para avançar. Que entre perdas e decepções, aqui estou: apaixonada, curiosa e pronta para cada novo desafio. Porque a vida, assim como a tecnologia, adora nos surpreender. 

E o melhor de tudo? Ainda dá pra rir no caminho.

Da Tecnologia à Psicologia: Paixão, Decepções e Aprendizado

Se alguém me dissesse quando eu era criança, sentada na frente do computador fascinada por códigos e telas piscando, que eu acabaria estudando Psicologia depois de 30 anos de carreira em Ciência da Computação, eu provavelmente teria rido — ou tentado programar essa previsão em alguma linguagem de programação que inventei.

Mas a vida, como sabemos, adora nos surpreender. Trabalhei por décadas na área de tecnologia, amando cada algoritmo, cada projeto bem-sucedido. Aprendi sobre disciplina, resolução de problemas, inovação… e também sobre frustrações, decepções e aquela sensação de “ok, agora o que vem depois?”.

E foi justamente aí que o inesperado aconteceu: um chute metafórico na traseira — ou talvez vários — me lembrou que crescer, de fato, é saber mudar de direção quando necessário. Entre perdas e surpresas, encontrei meu caminho para a Psicologia, algo que sempre me fascinou, mas que parecia distante, quase um hobby do coração.

Hoje, aqui estou, continuando a estudar e mergulhando em um universo completamente novo. Com humor, com coragem e com aquela sensação de que, às vezes, a vida te empurra para frente de maneiras que você nunca imaginou. Cada desafio, cada tropeço, cada recomeço só reforça: a paixão não tem idade, e a jornada é tão importante quanto o destino.

Então, se algo te decepciona, lembre-se: pode ser exatamente o que você precisava para ir mais longe. Entre perdas, decepções e sustos, aqui estou, mais viva, mais curiosa e mais apaixonada do que nunca.

O Último Semestre da Graduação em Psicologia: Entre Desafios e Descobertas

Chegar ao último semestre da graduação em Psicologia é uma experiência única. É um período marcado por uma mistura intensa de emoções: ansiedade, nostalgia, realização e, principalmente, reflexão sobre todo o percurso que me trouxe até aqui. Olhar para trás e perceber cada etapa superada, cada desafio enfrentado, cada conhecimento adquirido, traz um sentimento profundo de conquista e também de responsabilidade, pois sei que, em breve, estarei atuando profissionalmente, transformando vidas.

Nos últimos meses, a rotina acadêmica se intensifica. As disciplinas finais englobam conteúdos mais aplicados e complexos, preparando-me para a prática clínica, escolar, hospitalar, organizacional ou social. Enfim! Para mim, essa fase significou o encontro com a Psicologia em sua dimensão mais concreta: o estágio supervisionado. Foi nele que percebi, de forma mais direta, a responsabilidade que carrega o ato de escutar, acolher e intervir na vida de alguém. Cada atendimento, cada análise de caso, cada supervisão trouxe aprendizado e, ao mesmo tempo, desafios emocionais que precisaram ser administrados com cuidado, ética e sensibilidade.

O último semestre também é o momento de conclusão de curso – o TCC entra em foco. Essa etapa exige não apenas pesquisa e escrita, mas um mergulho profundo em um tema de interesse pessoal, exigindo dedicação, disciplina e organização. Além do trabalho acadêmico, é um período de intensa autogestão: conciliar estágio, estudos, leituras, trabalhos e vida pessoal exige planejamento e resiliência.

Mas não são apenas os desafios práticos que marcam essa fase. O último semestre é, acima de tudo, um período de reflexão sobre quem me tornei ao longo da graduação. Cada disciplina, cada experiência de laboratório, cada leitura e cada discussão em sala contribuiu para moldar a profissional que estou me tornando. Para mim, esse semestre trouxe a consciência de que a Psicologia não é apenas teoria ou técnica: é também empatia, ética, escuta atenta e presença genuína.

Em paralelo ao aprendizado acadêmico, essa fase me aproxima da realidade da profissão e do mercado de trabalho. Com a graduação quase concluída, eu me questiono sobre meus objetivos, áreas de atuação e propósito profissional. Para mim, esses últimos meses foram decisivos para reafirmar minha escolha de atuar em Psicologia Clínica e da Saúde, integrando cuidado, escuta clínica e suporte emocional para pacientes e familiares em situações delicadas.

Por fim, o último semestre é também marcado por uma sensação de transição: da vida de estudante para a vida de profissional. É hora de celebrar conquistas, mas também de assumir responsabilidades. É o momento de perceber que cada aprendizado, cada desafio e cada superação fizeram parte de uma construção que me preparou para atuar com ética, sensibilidade e humanidade.

Olhar para trás e refletir sobre este último semestre me permite sentir gratidão – pelos professores, colegas, supervisores e pacientes que cruzaram meu caminho – e confiança – de que cada experiência vivida foi um passo essencial na minha formação de uma psicóloga.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A Sociedade do Cansaço

Vivemos cansados: o esgotamento na era do desempenho

Vivemos em uma época marcada pelo cansaço. Mas não é mais o cansaço físico, resultado de longas horas de trabalho manual ou esforço visível. O cansaço de hoje é mais sutil, silencioso e, muitas vezes, sem nome. É um esgotamento que vem de dentro, como se estivéssemos sempre devendo algo — a nós mesmos.

Na chamada "sociedade do desempenho", já não somos mais cobrados apenas por chefes, pais ou instituições. A cobrança agora vem de dentro. Somos, ao mesmo tempo, patrão e empregado, treinador e atleta, exigindo de nós produtividade, foco, criatividade, alta performance. Tudo o tempo todo. A liberdade de poder fazer tudo se transforma numa prisão onde não conseguimos parar. Onde dizer “não” parece um fracasso.

Não é coincidência que doenças como depressão, burnout e ansiedade tenham se tornado tão comuns. Elas são o resultado direto dessa lógica que nos transforma em projetos ambulantes, constantemente em desenvolvimento, mas quase nunca em descanso. Queremos dar conta de tudo, performar bem em todas as áreas da vida, e nos sentimos culpados quando não conseguimos.

O filósofo Byung-Chul Han nomeia esse fenômeno como uma violência psíquica — não a que vem de fora, mas aquela que nós mesmos internalizamos. Uma violência que se disfarça de liberdade, de escolha, de empoderamento, mas que nos adoece justamente porque nos faz acreditar que podemos e devemos dar conta de tudo sozinhos.

Talvez seja hora de questionar esse modelo. De reaprender a parar. De valorizar o silêncio, o ócio criativo, o não saber. De recuperar o direito ao limite. Porque, ao contrário do que nos dizem, não somos máquinas de desempenho. Somos humanos. E estar cansado o tempo todo não é um sinal de força — é um sinal de alerta.


Sobre o livro "A Sociedade do Cansaço" do Autor: Byung-Chul Han lançado no Ano: 2010, seguem alguns itens: 

🌐 Ideia central:

Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano radicado na Alemanha, analisa como as formas de sofrimento psíquico contemporâneas — como depressão, ansiedade, burnout — são sintomas de uma sociedade hiperprodutiva, centrada no desempenho e na autoexploração.


🧠 Principais argumentos:

  1. Do "dever" ao "poder":
    Vivemos a transição de uma sociedade da disciplina (repressiva, com proibições) para uma sociedade do desempenho, onde o sujeito acredita que é livre porque "pode tudo", mas na verdade se explora a si mesmo como um projeto sem fim.

  2. A positividade tóxica:
    A pressão para ser sempre produtivo, feliz, criativo e motivado leva a um excesso de positividade, que paradoxalmente adoece. Já não há espaço para o tédio, a contemplação ou o descanso.

  3. Doença do século:
    As doenças típicas de hoje não são mais infecções ou vírus (como na sociedade imunológica), mas transtornos psíquicos: depressão, TDAH, burnout. São expressões de um sujeito esgotado, que perdeu a capacidade de parar, contemplar e dizer "não".

  4. A lógica neoliberal internalizada:
    O indivíduo contemporâneo se tornou um "empreendedor de si", que se cobra, se vigia e se autocondiciona a performar. Essa autoexploração é mais eficiente que a dominação externa, porque o sujeito pensa que está sendo livre, quando está se oprimindo.


🧩 Conceitos-chave:

  • Sociedade do Desempenho: substitui a repressão por excesso de estímulo e cobrança interna.

  • Sujeito de Desempenho: pensa que é livre, mas vive se cobrando sem limites.

  • Cansaço Existencial: o esgotamento vem da perda do sentido, da saturação de possibilidades e da incapacidade de contemplação.

  • Violência neuronal: expressão usada para descrever esse tipo de sofrimento psíquico invisível, autoinfligido e silencioso.


🔍 Conclusão:

Han propõe que é preciso reaprender a contemplação, o silêncio, a pausa. A crítica não é contra o progresso, mas contra o excesso de estímulos e a ideia de que o valor de uma vida se mede apenas pelo desempenho.

Propósito

Acordar não para trabalhar e sim para manifestar seu propósito. Este é o objetivo da vida, saber quem você é e a partir daí expressar seu eu verdadeiro, compartilhando seus dons sem esforço e sofrimento e sim com alegria e amor. Não é o lugar que determina isso e sim a sua consciência.

Postagem em Destaque

Você passou de fase! Parabéns! 💔 Bem vindo ao Próximo Nível.

Olá Querida , ouvi sua mensagem. Na verdade, ouvi sua mensagem algumas vezes, até estar aqui e responder. Sua mensagem é bonita, é carinhosa...

Um presente

Você é mais do que um irmão, é um amigo, um presente e me acompanha nos momentos alegres e nas aflições. Me dá sempre os melhores conselhos.
Compartilhamos a paixão pelo futebol.💙 Irmã de menino é assim mesmo, junto com as bonecas, a gente vira goleiro, aprende a lavar carros, instalar chuveiro, chef de cozinha. Rs. Trocamos afilhados. E as muitas viagens, nem se fala, as que deram certo e as “roubadas” que nos metemos.
Compartilhamos a mesma casa e a mesma educação, crescemos juntos, vivemos juntos e ninguém nos conhece melhor do que nós mesmos, por isso, quero que saiba que te amo de todo coração, e que, se precisar de algo, estarei bem aqui para te ajudar, para te dar minha força.
Admiro você, sua família, sua empresa ... sua alma, sua jornada nessa vida!!!!
Você sabe que pode sempre contar e confiar em mim. Estamos unidos para o que der e vier, somos cúmplices, não importa o que aconteça.
Quero lhe desejar tudo de bom neste dia, você merece o melhor! Obrigada pela sua amizade, você é a minha certeza e torço bastante por você. Que estejamos cada vez mais unidos.
Seja muito Feliz! Te admiro muito. Tenha um Feliz Aniversário! 🎁

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