Introdução

A forma como nos apresentamos ao mundo reflete nossa autoconfiança e influencia diretamente nossos vínculos, decisões e percursos. Na PsiT.ech, unimos Psicologia, Tecnologia, Estilo e Organização para oferecer uma experiência de cuidado e transformação. Neste momento, antes da minha formatura e da atuação clínica com registro profissional, ofereço conteúdo psicológico por meio de textos que tocam o cotidiano, com responsabilidade e sensibilidade. É o cuidado possível agora — e também um convite à reflexão. A proposta envolve um olhar integrado: os estilistas ajudam você a expressar sua identidade por meio de roupas, cores e formas que dialogam com sua rotina e seus objetivos. Os organizadores otimizam seus espaços para que eles acolham quem você é e facilitem o que você faz. E, por fim, trago a minha vivência no mundo corporativo de tecnologia atravessada pela psicologia: escrevo sobre luto, ansiedade, carreira, relacionamentos, inteligência artificial, metaverso — sempre com escuta e presença. PsiT.ech é onde cuidado emocional encontra inovação. E onde o futuro da psicologia já começa agora.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A Sociedade do Cansaço

Vivemos cansados: o esgotamento na era do desempenho

Vivemos em uma época marcada pelo cansaço. Mas não é mais o cansaço físico, resultado de longas horas de trabalho manual ou esforço visível. O cansaço de hoje é mais sutil, silencioso e, muitas vezes, sem nome. É um esgotamento que vem de dentro, como se estivéssemos sempre devendo algo — a nós mesmos.

Na chamada "sociedade do desempenho", já não somos mais cobrados apenas por chefes, pais ou instituições. A cobrança agora vem de dentro. Somos, ao mesmo tempo, patrão e empregado, treinador e atleta, exigindo de nós produtividade, foco, criatividade, alta performance. Tudo o tempo todo. A liberdade de poder fazer tudo se transforma numa prisão onde não conseguimos parar. Onde dizer “não” parece um fracasso.

Não é coincidência que doenças como depressão, burnout e ansiedade tenham se tornado tão comuns. Elas são o resultado direto dessa lógica que nos transforma em projetos ambulantes, constantemente em desenvolvimento, mas quase nunca em descanso. Queremos dar conta de tudo, performar bem em todas as áreas da vida, e nos sentimos culpados quando não conseguimos.

O filósofo Byung-Chul Han nomeia esse fenômeno como uma violência psíquica — não a que vem de fora, mas aquela que nós mesmos internalizamos. Uma violência que se disfarça de liberdade, de escolha, de empoderamento, mas que nos adoece justamente porque nos faz acreditar que podemos e devemos dar conta de tudo sozinhos.

Talvez seja hora de questionar esse modelo. De reaprender a parar. De valorizar o silêncio, o ócio criativo, o não saber. De recuperar o direito ao limite. Porque, ao contrário do que nos dizem, não somos máquinas de desempenho. Somos humanos. E estar cansado o tempo todo não é um sinal de força — é um sinal de alerta.


Sobre o livro "A Sociedade do Cansaço" do Autor: Byung-Chul Han lançado no Ano: 2010, seguem alguns itens: 

🌐 Ideia central:

Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano radicado na Alemanha, analisa como as formas de sofrimento psíquico contemporâneas — como depressão, ansiedade, burnout — são sintomas de uma sociedade hiperprodutiva, centrada no desempenho e na autoexploração.


🧠 Principais argumentos:

  1. Do "dever" ao "poder":
    Vivemos a transição de uma sociedade da disciplina (repressiva, com proibições) para uma sociedade do desempenho, onde o sujeito acredita que é livre porque "pode tudo", mas na verdade se explora a si mesmo como um projeto sem fim.

  2. A positividade tóxica:
    A pressão para ser sempre produtivo, feliz, criativo e motivado leva a um excesso de positividade, que paradoxalmente adoece. Já não há espaço para o tédio, a contemplação ou o descanso.

  3. Doença do século:
    As doenças típicas de hoje não são mais infecções ou vírus (como na sociedade imunológica), mas transtornos psíquicos: depressão, TDAH, burnout. São expressões de um sujeito esgotado, que perdeu a capacidade de parar, contemplar e dizer "não".

  4. A lógica neoliberal internalizada:
    O indivíduo contemporâneo se tornou um "empreendedor de si", que se cobra, se vigia e se autocondiciona a performar. Essa autoexploração é mais eficiente que a dominação externa, porque o sujeito pensa que está sendo livre, quando está se oprimindo.


🧩 Conceitos-chave:

  • Sociedade do Desempenho: substitui a repressão por excesso de estímulo e cobrança interna.

  • Sujeito de Desempenho: pensa que é livre, mas vive se cobrando sem limites.

  • Cansaço Existencial: o esgotamento vem da perda do sentido, da saturação de possibilidades e da incapacidade de contemplação.

  • Violência neuronal: expressão usada para descrever esse tipo de sofrimento psíquico invisível, autoinfligido e silencioso.


🔍 Conclusão:

Han propõe que é preciso reaprender a contemplação, o silêncio, a pausa. A crítica não é contra o progresso, mas contra o excesso de estímulos e a ideia de que o valor de uma vida se mede apenas pelo desempenho.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Os lutos silenciosos da vida adulta

Nem todo luto tem velório. Nem toda perda é visível.

Na vida adulta, acumulamos despedidas que ninguém reconhece: o fim de uma amizade, uma mudança de cidade, o sonho que não se realizou, a identidade que não cabe mais, o corpo que mudou. Perdas silenciosas, mas profundas.

Esses lutos sem nome muitas vezes seguem ignorados — tanto por nós quanto pelos outros. Mas isso não os torna menos reais. Pelo contrário: quando não escutamos essas perdas, elas se tornam sintomas. Um vazio, uma angústia, uma exaustão que não sabemos explicar.

Na PsiT.ech, acreditamos que falar sobre essas dores é um ato de cuidado. Nomear é um primeiro gesto de elaboração. Porque há lutos que, embora não tenham rito, pedem reconhecimento. E há recomeços que só acontecem quando o fim é verdadeiramente vivido.

A vida no trabalho remoto

Trabalhar de casa, no começo, pareceu um privilégio. Mas com o tempo, percebemos que o home office também traz desafios invisíveis. A casa vira escritório. O horário comercial se dissolve. As pausas desaparecem. O silêncio aumenta — e o cansaço também.

O trabalho remoto exige uma autogestão que nem sempre aprendemos a fazer: delimitar fronteiras, respeitar o tempo do corpo, sustentar vínculos à distância. Tudo isso enquanto lidamos com a solidão, com a hiperconexão e, muitas vezes, com a culpa de não estar “rendendo”.

Na PsiT.ech, entendemos que a vida profissional é parte da saúde mental. E que cuidar disso não é frescura — é necessidade. Reorganizar o tempo, aprender a dizer não, acolher o próprio ritmo: tudo isso também é trabalho. E talvez o mais importante.

O impacto do digital na saúde mental

Vivemos mais conectados do que nunca — e, paradoxalmente, mais sobrecarregados, dispersos e ansiosos. O mundo digital ampliou fronteiras, encurtou distâncias, mas também embaralhou os limites entre trabalho e vida, público e privado, presença e performance.

Para quem atua na área de tecnologia, esse impacto costuma ser ainda mais intenso: telas constantes, múltiplas demandas, jornadas fragmentadas e a sensação de que é preciso estar sempre “atualizado”, sempre disponível.

A saúde mental sofre silenciosamente nessas condições. Ansiedade, insônia, esgotamento, dificuldade de concentração — sintomas que muitas vezes são normalizados, mas que pedem escuta, pausa e elaboração. Precisamos reaprender a estar no digital sem sermos engolidos por ele.

Na PsiT.ech, o cuidado começa com a nomeação. Falar sobre isso já é o início de um outro modo de estar — mais consciente, mais ético, mais humano.

Pausa, silêncio e o tempo de voltar

Estive de férias — e por isso, fiquei um tempinho sem aparecer por aqui. A pausa, no entanto, não foi ausência. Foi silêncio fértil. Foi escuta interna. Foi descanso e observação.

Vivemos tempos em que parar parece proibido. Mas parar também é trabalho. É no intervalo que muitas ideias amadurecem. Que o corpo pede cuidado. Que a mente desacelera para se reencontrar com o desejo.

Enquanto estive fora, pensei sobre como estamos sempre conectados, mas nem sempre presentes. Como somos cobrados — e também nos cobramos — por produtividade constante, visibilidade contínua, atualização a qualquer custo.

Retorno agora com um desejo renovado: continuar escrevendo a partir do encontro entre psicologia e tecnologia, com tempo e escuta. Sem fórmulas prontas. Sem pressa que anula o sentido.

Se você chegou até aqui, obrigada por acompanhar. A PsiT.ech segue viva, entre palavras, afeto e reflexão.

Nos próximos textos, quero retomar temas que ficaram no ar: o impacto do digital na saúde mental, a vida no trabalho remoto, os lutos silenciosos da vida adulta, o cuidado possível antes da clínica.

Estou de volta. Com menos urgência — e mais presença.

Quando o amor não é amor

Nem todo cuidado é amor. Nem toda presença acolhe. Nem toda entrega cura.

Às vezes, o que se apresenta como amor vem disfarçado de controle, de dependência, de medo de perder — e, por isso, sufoca. Há amores que aprisionam, que exigem, que cobram em nome de uma “intensidade” que mais esgota do que sustenta. Amores que invadem o espaço do outro e confundem afeto com posse.

Quando o amor nos faz calar, diminuir ou sumir de nós mesmos, talvez já não seja amor — ou, pelo menos, não um amor que cuida. Amar não deveria doer o tempo todo. Não deveria pedir silêncio onde há dor, nem exigir sacrifícios como prova de vínculo.

Na clínica, vemos muitos desses amores. Relações que começaram com paixão e entrega, mas que, com o tempo, foram se tornando fontes de angústia, ansiedade ou sofrimento silencioso. E, mesmo assim, é difícil nomear isso. Porque há culpa. Há história. Há medo.

Falar disso é já começar a sair. É colocar luz onde antes só havia confusão. É um gesto de cuidado consigo.

Talvez o primeiro ato de amor — verdadeiro — seja voltar-se para si e perguntar: isso me faz bem? Eu me reconheço aqui? Eu posso ser quem sou nesse vínculo?

terça-feira, 17 de junho de 2025

Como a cultura das startups afeta o bem-estar emocional

Velocidade, inovação e exaustão: por que precisamos falar de saúde mental nas startups

A cultura das startups costuma ser celebrada como um espaço de inovação, liberdade criativa e crescimento acelerado. Mas, por trás dos slogans inspiradores, escritórios descolados e metas ambiciosas, muitos profissionais têm adoecido em silêncio. O bem-estar emocional, embora cada vez mais discutido, ainda é uma pauta negligenciada em ambientes que operam sob o lema "fail fast, learn faster".

Neste texto, vamos refletir sobre como a lógica das startups influencia a saúde mental de quem nelas trabalha — especialmente profissionais da tecnologia — e por que a integração entre psicologia e inovação é mais urgente do que nunca.


🚀 Alta performance como regra

Startups costumam operar com equipes enxutas, orçamentos apertados e grandes expectativas de entrega. A promessa de "crescer 10x em 1 ano" frequentemente exige jornadas extensas, múltiplas funções e um ritmo que não permite pausas. Trabalhar em uma startup pode ser estimulante — mas também extremamente exaustivo.

Esse ambiente, muitas vezes romantizado como "desafiador", se aproxima do que em psicologia chamamos de sobrecarga cognitiva: excesso de estímulos, decisões e tarefas em um curto período de tempo. Isso impacta diretamente a capacidade de concentração, a qualidade do sono e o equilíbrio emocional.


🧠 O culto à resiliência e a invisibilização do sofrimento

Em muitos desses espaços, há uma valorização da resiliência, da proatividade e da flexibilidade — o que, por si só, não é um problema. A questão é quando esses atributos se tornam pré-requisitos inquestionáveis e anulam a possibilidade de expressar vulnerabilidades.

Frases como “aqui todo mundo veste a camisa” ou “somos uma família” podem soar acolhedoras, mas também funcionam como silenciadores de sofrimento. Nessa lógica, admitir cansaço ou pedir ajuda pode ser interpretado como fraqueza ou falta de alinhamento com a cultura da empresa.

A consequência? Sintomas de ansiedade, insônia, irritabilidade, sensação de inadequação e, nos casos mais graves, burnout — um esgotamento físico e emocional reconhecido pela OMS como um fenômeno ocupacional.


📱 Tecnologia, conectividade e a ausência de fronteiras

Outro ponto crítico é a hiperconectividade. Ferramentas como Slack, Discord, Notion, Trello e WhatsApp ajudam a manter as equipes ágeis e integradas, mas também podem eliminar as barreiras entre vida pessoal e profissional.

É comum receber mensagens fora do expediente, participar de reuniões com fusos horários conflitantes e estar sempre "disponível". Isso compromete a capacidade de descanso e reforça a ideia de que o trabalho está sempre nos seguindo — uma das principais causas de estresse crônico.


🧩 O paradoxo da autonomia

Startups costumam oferecer mais autonomia do que empresas tradicionais. Profissionais podem sugerir ideias, propor soluções, mudar de função. Mas, sem um suporte claro, essa autonomia pode se transformar em isolamento, dúvida constante e sentimento de inadequação.

Quem nunca ouviu (ou sentiu) algo como: “eu deveria estar dando conta, o problema sou eu”?

A psicologia mostra que o excesso de responsabilidade sem suporte emocional ou técnico adequado pode aumentar os níveis de ansiedade e a autocrítica. O colaborador se sente “empreendedor do próprio fracasso”.


🌱 Como cultivar ambientes mais saudáveis?

A transformação começa com a escuta.

Empresas que valorizam o bem-estar emocional criam espaços onde os colaboradores podem expressar suas dificuldades sem medo. Investem em psicologia organizacional, promovem rodas de conversa, treinamentos com foco em saúde mental, e — principalmente — não tratam o cuidado como uma ação isolada, e sim como parte da cultura.

Ações como:

  • Estabelecer políticas claras de horário e descanso

  • Oferecer apoio psicológico (interno ou externo)

  • Reduzir metas irrealistas

  • Formar lideranças empáticas

  • Promover o autocuidado como valor, não como recompensa

...fazem a diferença.


💡 Aqui na PsiT.ech, acreditamos que inovação só é possível com saúde. O bem-estar emocional de quem trabalha com tecnologia não é luxo — é condição para que criatividade, foco e colaboração possam florescer.

Se você trabalha em uma startup, sente que está sempre no modo “on”, e quer entender melhor seus limites emocionais, este espaço é pra você. Mais que oferecer conteúdo, queremos promover conexões, reflexões e escutas potentes.

A revolução tecnológica não precisa ser à custa da saúde mental.

Propósito

Acordar não para trabalhar e sim para manifestar seu propósito. Este é o objetivo da vida, saber quem você é e a partir daí expressar seu eu verdadeiro, compartilhando seus dons sem esforço e sofrimento e sim com alegria e amor. Não é o lugar que determina isso e sim a sua consciência.

Postagem em Destaque

Você passou de fase! Parabéns! 💔 Bem vindo ao Próximo Nível.

Olá Querida , ouvi sua mensagem. Na verdade, ouvi sua mensagem algumas vezes, até estar aqui e responder. Sua mensagem é bonita, é carinhosa...

Um presente

Você é mais do que um irmão, é um amigo, um presente e me acompanha nos momentos alegres e nas aflições. Me dá sempre os melhores conselhos.
Compartilhamos a paixão pelo futebol.💙 Irmã de menino é assim mesmo, junto com as bonecas, a gente vira goleiro, aprende a lavar carros, instalar chuveiro, chef de cozinha. Rs. Trocamos afilhados. E as muitas viagens, nem se fala, as que deram certo e as “roubadas” que nos metemos.
Compartilhamos a mesma casa e a mesma educação, crescemos juntos, vivemos juntos e ninguém nos conhece melhor do que nós mesmos, por isso, quero que saiba que te amo de todo coração, e que, se precisar de algo, estarei bem aqui para te ajudar, para te dar minha força.
Admiro você, sua família, sua empresa ... sua alma, sua jornada nessa vida!!!!
Você sabe que pode sempre contar e confiar em mim. Estamos unidos para o que der e vier, somos cúmplices, não importa o que aconteça.
Quero lhe desejar tudo de bom neste dia, você merece o melhor! Obrigada pela sua amizade, você é a minha certeza e torço bastante por você. Que estejamos cada vez mais unidos.
Seja muito Feliz! Te admiro muito. Tenha um Feliz Aniversário! 🎁

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