Introdução

A forma como nos apresentamos reflete nossa autoconfiança e influencia nossas relações. Unimos psicologia, tecnologia, estilo e organização para oferecer uma experiência transformadora. Os estilistas ajudam você a expressar sua personalidade por meio de roupas, acessórios e cores que se alinhem ao seu estilo de vida e objetivos. Já os organizadores otimizam seu espaço físico para que reflita quem você é e atenda suas necessidades práticas. Trago textos do cotidiano a partir da minha vivência no mundo corporativo de tecnologia, com o olhar da psicologia. Falamos de Inteligência Artificial, Metaverso, Luto, Ansiedade, Carreira, Relacionamentos, entre outras coisas.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Como a cultura das startups afeta o bem-estar emocional

Velocidade, inovação e exaustão: por que precisamos falar de saúde mental nas startups

A cultura das startups costuma ser celebrada como um espaço de inovação, liberdade criativa e crescimento acelerado. Mas, por trás dos slogans inspiradores, escritórios descolados e metas ambiciosas, muitos profissionais têm adoecido em silêncio. O bem-estar emocional, embora cada vez mais discutido, ainda é uma pauta negligenciada em ambientes que operam sob o lema "fail fast, learn faster".

Neste texto, vamos refletir sobre como a lógica das startups influencia a saúde mental de quem nelas trabalha — especialmente profissionais da tecnologia — e por que a integração entre psicologia e inovação é mais urgente do que nunca.


🚀 Alta performance como regra

Startups costumam operar com equipes enxutas, orçamentos apertados e grandes expectativas de entrega. A promessa de "crescer 10x em 1 ano" frequentemente exige jornadas extensas, múltiplas funções e um ritmo que não permite pausas. Trabalhar em uma startup pode ser estimulante — mas também extremamente exaustivo.

Esse ambiente, muitas vezes romantizado como "desafiador", se aproxima do que em psicologia chamamos de sobrecarga cognitiva: excesso de estímulos, decisões e tarefas em um curto período de tempo. Isso impacta diretamente a capacidade de concentração, a qualidade do sono e o equilíbrio emocional.


🧠 O culto à resiliência e a invisibilização do sofrimento

Em muitos desses espaços, há uma valorização da resiliência, da proatividade e da flexibilidade — o que, por si só, não é um problema. A questão é quando esses atributos se tornam pré-requisitos inquestionáveis e anulam a possibilidade de expressar vulnerabilidades.

Frases como “aqui todo mundo veste a camisa” ou “somos uma família” podem soar acolhedoras, mas também funcionam como silenciadores de sofrimento. Nessa lógica, admitir cansaço ou pedir ajuda pode ser interpretado como fraqueza ou falta de alinhamento com a cultura da empresa.

A consequência? Sintomas de ansiedade, insônia, irritabilidade, sensação de inadequação e, nos casos mais graves, burnout — um esgotamento físico e emocional reconhecido pela OMS como um fenômeno ocupacional.


📱 Tecnologia, conectividade e a ausência de fronteiras

Outro ponto crítico é a hiperconectividade. Ferramentas como Slack, Discord, Notion, Trello e WhatsApp ajudam a manter as equipes ágeis e integradas, mas também podem eliminar as barreiras entre vida pessoal e profissional.

É comum receber mensagens fora do expediente, participar de reuniões com fusos horários conflitantes e estar sempre "disponível". Isso compromete a capacidade de descanso e reforça a ideia de que o trabalho está sempre nos seguindo — uma das principais causas de estresse crônico.


🧩 O paradoxo da autonomia

Startups costumam oferecer mais autonomia do que empresas tradicionais. Profissionais podem sugerir ideias, propor soluções, mudar de função. Mas, sem um suporte claro, essa autonomia pode se transformar em isolamento, dúvida constante e sentimento de inadequação.

Quem nunca ouviu (ou sentiu) algo como: “eu deveria estar dando conta, o problema sou eu”?

A psicologia mostra que o excesso de responsabilidade sem suporte emocional ou técnico adequado pode aumentar os níveis de ansiedade e a autocrítica. O colaborador se sente “empreendedor do próprio fracasso”.


🌱 Como cultivar ambientes mais saudáveis?

A transformação começa com a escuta.

Empresas que valorizam o bem-estar emocional criam espaços onde os colaboradores podem expressar suas dificuldades sem medo. Investem em psicologia organizacional, promovem rodas de conversa, treinamentos com foco em saúde mental, e — principalmente — não tratam o cuidado como uma ação isolada, e sim como parte da cultura.

Ações como:

  • Estabelecer políticas claras de horário e descanso

  • Oferecer apoio psicológico (interno ou externo)

  • Reduzir metas irrealistas

  • Formar lideranças empáticas

  • Promover o autocuidado como valor, não como recompensa

...fazem a diferença.


💡 Aqui na PsiT.ech, acreditamos que inovação só é possível com saúde. O bem-estar emocional de quem trabalha com tecnologia não é luxo — é condição para que criatividade, foco e colaboração possam florescer.

Se você trabalha em uma startup, sente que está sempre no modo “on”, e quer entender melhor seus limites emocionais, este espaço é pra você. Mais que oferecer conteúdo, queremos promover conexões, reflexões e escutas potentes.

A revolução tecnológica não precisa ser à custa da saúde mental.

Bem-vindos ao PsiT.ech: onde a Psicologia encontra a Tecnologia

Se você chegou até aqui, é porque acredita, como eu, que é possível (e necessário) integrar mundos que à primeira vista parecem distantes — como o da psicologia e o da tecnologia. Seja muito bem-vindo(a) ao meu blog: Psicologia e Tecnologia – PsiT.ech! Aqui é o espaço onde compartilho reflexões, artigos, textos autorais e cartas que escrevo com o coração e com a razão, nutridos por minha trajetória acadêmica, profissional e pessoal.

Sou graduada em Computação, estudante de Psicologia, escritora nas horas vagas e, acima de tudo, apaixonada por gente. Minha formação em tecnologia me ensinou a pensar de forma lógica, estruturada, criativa — e ao longo dos anos, percebi o quanto o universo da computação dialoga com questões humanas profundas: produtividade, sofrimento psíquico, isolamento, sobrecarga mental, medo do fracasso, perfeccionismo, inovação, desejo de pertencimento.

Foi justamente esse ponto de encontro — entre códigos e emoções — que me levou a criar a PsiT.ech, um projeto pessoal e profissional voltado à promoção de saúde mental com olhar especial para quem trabalha com tecnologia. Profissionais da área tech enfrentam desafios únicos: jornadas exaustivas, alta exigência cognitiva, metas agressivas, ansiedade por desempenho, insegurança no ambiente de trabalho e, muitas vezes, um sentimento de solidão em meio ao excesso de conexões virtuais.

Este blog nasce como uma tentativa de ampliar o diálogo entre esses mundos. A proposta aqui é compartilhar conteúdos que despertem reflexão, acolhimento e também ação. Vamos falar sobre vida digital, relações familiares, autoconhecimento, saúde emocional, burnout, produtividade sustentável, além de temas que atravessam o nosso cotidiano como luto, maternidade/paternidade, envelhecimento, infância, vínculos afetivos, e as novas formas de existir em um mundo cada vez mais conectado.

A PsiT.ech é mais do que uma ideia: é um chamado. Um chamado para construir pontes entre dois campos que, na prática, já se entrelaçam o tempo todo — só precisamos olhar com mais cuidado. A tecnologia é um meio. A psicologia, um mergulho. Juntas, essas áreas nos oferecem ferramentas para cuidar da mente sem abandonar o mundo, para entender o humano sem ignorar o contexto digital em que vivemos.

Meu compromisso com este espaço é manter a escuta aberta, o pensamento crítico e o afeto como diretriz. Seja você da área de tecnologia, da psicologia, de qualquer outra área — ou apenas alguém em busca de textos que toquem e informem — este blog é feito para você.

Sinta-se à vontade para navegar, comentar, sugerir temas, compartilhar experiências. Estamos todos aprendendo, reconstruindo e tentando fazer sentido nesse mundo complexo. E, como tudo que importa, esse caminho se faz melhor em boa companhia.

Obrigada por estar aqui.

Andréa Ruas
Psicologia & Tecnologia
PsiT.ech

terça-feira, 10 de junho de 2025

Resumo Texto “Recomendações ao médico que pratica a psicanálise” –

a) ATENÇÃO FLUTUANTE - É difícil para o analista manter na memória e não confundir as informações de diversos pacientes. Não tentar memorizar nada especificamente e sim prestar atenção igual a tudo o que se ouve. A associação livre do analisando é falar tudo o que vem à mente, sem criticar ou selecionar. A função do analista é escutar tudo de forma igual, sem se fixar em nada específico do discurso (senão vai descobrir o que já se sabe — e não o que está além, o que só se revelará a posteriori, pela atenção flutuante. A regra para o médico é não permitir influências conscientes em sua capacidade de memorização, e sim utilizar sua “memória inconsciente”, ouvir o que for dito e não se preocupar se vai se lembrar ou não do material, que se tornará disponível à consciência do médico quando houver uma contextualização.

b) NÃO TOMAR NOTAS DURANTE AS SESSÕES - O analista não deve fazer anotações extensas, nem registros da sessão. Além de causar uma má impressão em alguns pacientes, aqui valem os mesmos aspectos da memorização. Enquanto anotamos, selecionamos de forma nociva o material, além de ocupar parte da própria atividade intelectual, que deveria ser melhor aplicada na interpretação do que é ouvido. Exceções à regra são aceitas em casos de datas, resultados específicos relevantes ou textos de sonho.

c) PRODUZIR RELATOS CLÍNICOS NÂO JUSTIFICA MUITAS ANOTAÇÕES - Caso a intenção seja usar o caso tratado em uma publicação científica, a anotação durante a sessão seria justificada. Porém, obtêm-se menos benefícios de registros do histórico analítico de um transtorno do que se poderia esperar. Lacan disse: “eu não procuro, acho”. Se o analisando confia no analista levará a sério e se não confia não irá também confiar nos protocolos do tratamento.

d) A POSTERIORI / SÓ DEPOIS – SÓ TRABALHAR O CASO DEPOIS DE SUA CONCLUSÃO – Permitir ser tomado de surpresa por qualquer reviravolta no caso (o analisando se surpreende com o que diz e o analista com o que ouve). No trabalho analítico há a coincidência entre pesquisa e tratamento, o que muda é a técnica, se você registra tudo, como exige a pesquisa, você prejudica o tratamento (porque traz um monte de pressupostos, especula, foca no que quer pesquisar, como se já tivesse o conhecimento). O psicanalista não deve fazer especulações enquanto analisa e só deve trabalhar o material obtido, por meio do pensamento, depois do término da análise.

e) SUSPENSÃO DE AFETOS, A AMBIÇÃO TERAPÊUTICA É UM AFETO PERIGOSO – No tratamento psicanalítico se aja como um cirurgião que, suspendendo seus afetos e compaixão humana, tem como único objetivo estabelecido para suas forças psíquicas a realização da operação da forma mais perfeita possível. Essa frieza necessária ao analista cria condições mais favoráveis para os dois lados: oferece maior grau de ajuda ao paciente e preserva a vida afetiva do médico.

f) O ANALISTA TEM QUE FAZER ANÁLISE COM ESPECIALISTA – O médico deve ser capaz de interpretar o que foi dito e reconhecer o inconsciente oculto, sem selecionar as informações por uma censura própria ou distorcê-las. O psicanalista não pode ter dentro de si resistências, que repelem da consciência o material inconsciente, e provocam uma seleção e deformação da análise. É necessário que ele seja submetido a uma purificação psicanalítica e tome conhecimento dos próprios conflitos que podem atrapalhar a absorção do conteúdo exposto pelo paciente. Os recalques do analista são como pontos cegos em sua percepção analítica.

Como se torna analista? Para alguns, analisar os próprios sonhos pode ser suficiente, mas não para todos, nem todos conseguem interpretá-los de forma eficaz. A pessoa interessada em se tornar analista deve passar por uma análise com profissional experiente. Quando passamos em análise, sem estarmos pressionados por uma doença, conseguimos acessar conteúdos inconscientes com mais rapidez e com menos desgaste emocional. Vivenciamos, na própria carne, aquilo que tentamos entender por livros ou palestras. Há também um ganho emocional e relacional na ligação com o analista. A pessoa que valoriza o autoconhecimento e o autocontrole adquiridos durante a análise pode continuar, por conta própria, sua autoanálise. Quanto mais a pessoa se aprofunda, mais descobre — sobre si e sobre os outros. Quem não passa por análise com um especialista limita sua capacidade de aprender com os próprios pacientes. Pode acabar projetando suas questões pessoais na ciência, levando ao descrédito do método psicanalítico e induzindo pessoas sem experiência ao erro.

g) NÃO É UM TRATAMENTO POR SUGESTÃO - O analista não deve mostrar seus próprios conflitos psíquicos ao paciente, não deve falar de suas questões ao analisando. Não se aproximar dos tratamentos por sugestão, porque afasta da psicanálise, e aumenta no analisando a incapacidade de superação das suas resistências mais profundas. Essa técnica pode fazer com que o paciente queira inverter a situação, os papéis, tendo mais interesse na análise do analista do que em sua própria. A postura de intimidade do psicanalista pode dificultar um dos principais objetivos da terapia: a resolução da transferência. O analista deve ser opaco e, tal como um espelho, só mostrar o que lhe é mostrado.

h) NÃO É UMA ATIVIDADE PEDAGÓGICA - Outra tentação a ser evitada é a ambição educativa, pedagógica. O analista não deve apontar novos objetivos / metas ao paciente. Deve ter tolerância perante a fraqueza do paciente. Deve se orientar mais pela aptidão do paciente do que pelo próprio desejo do analista. Nem todos são capazes de realizar bem a sublimação de suas pulsões (se tivessem essa facilidade muitos não teriam adoecido). Se o analista pressionar demais para a sublimação, tira as gratificações imediatas e cômodas e torna a vida do paciente mais difícil

i) NÃO É UMA ATIVIDADE INTELECTUAL - Deve-se ter cuidado com a cooperação intelectual do paciente, especialmente com os que tendem à intelectualização. É errado propor tarefas intelectuais ao analisando. A resolução da neurose se dá, na psicanálise, por meio da associação livre: trazer à tona os conteúdos do inconsciente livremente, sem censura ou crítica. Não se recomenda oferecer textos psicanalíticos ao paciente ou a seus familiares. Embora essa atitude seja bem-intencionada, pode provocar oposição prematura no paciente e parentes. No caso de internação em instituição, pode haver vantagem no uso de leituras, para estabelecer influência e auxiliar na preparação dos analisandos para o processo analítico.

Freud conclui exprimindo sua esperança de chegar a um consenso, por meio do progresso nas experiências dos psicanalistas, sobre as questões da técnica a ser usada para o tratamento mais eficaz dos neuróticos.


segunda-feira, 12 de maio de 2025

O Adoecimento e Sofrimento no Mundo Corporativo: Desafios Invisíveis do Trabalho

O mundo corporativo, com sua imensa complexidade, pode ser ao mesmo tempo fascinante e extenuante. O que muitas vezes é invisível para os olhos da sociedade é o impacto profundo que o ambiente de trabalho tem sobre a saúde mental e emocional dos profissionais. Por trás de empresas que se orgulham de suas conquistas financeiras, crescimento e inovação, há uma realidade paralela — a de um sofrimento muitas vezes silenciado, mas que afeta diretamente a vida daqueles que, com esforço e dedicação, fazem as engrenagens corporativas funcionarem.

A dinâmica do mundo corporativo é, em sua essência, estruturada em torno da produtividade, da competitividade e da entrega de resultados. Há uma pressão constante para que os profissionais não apenas atinjam suas metas, mas as superem. A busca pelo sucesso, tanto pessoal quanto organizacional, é constantemente incentivada, mas o preço disso pode ser alto.

Nos últimos anos, o aumento das cobranças por desempenho, o ritmo acelerado e o número de tarefas exigidas de um único indivíduo geraram um cenário de exaustão mental e física para muitos profissionais. Com isso, surgem questões como o estresse crônico, a ansiedade e, em casos mais graves, quadros de depressão. Quando esses fatores se combinam, podemos observar o que alguns especialistas chamam de "burnout", ou síndrome de esgotamento profissional. Esse fenômeno, antes mais associado a profissões de alto risco, agora é cada vez mais comum em diversas áreas do corporativo.

Apesar de ser um problema crescente, o sofrimento psíquico no ambiente corporativo ainda é invisível em muitas organizações. Em muitas empresas, a busca pelo resultado financeiro e o foco na eficiência muitas vezes tornam difícil para os profissionais manifestarem suas dificuldades emocionais sem enfrentar o estigma de fraqueza. Por medo de serem julgados ou excluídos, muitos evitam falar sobre o que sentem, o que leva ao acúmulo de sofrimento interno.

Além disso, há uma cultura enraizada de que "o trabalho é para ser feito sem reclamações". Essa mentalidade muitas vezes não permite espaço para que as questões emocionais sejam tratadas de forma séria, sendo relegadas a um plano secundário, se não ignoradas completamente. Isso ocorre principalmente em ambientes altamente competitivos, onde as relações de poder, status e reconhecimento podem ser decisivas para a ascensão ou a estagnação de um profissional.

Além da pressão constante para entregar resultados, outro fator que pode ser responsável pelo adoecimento no mundo corporativo é o assédio moral e as injustiças no ambiente de trabalho. O assédio psicológico é uma forma silenciosa de abuso, onde o profissional é submetido a comportamentos desumanos, humilhações públicas, exclusão e até sabotagens disfarçadas de "brincadeiras" ou "feedbacks negativos". Esse tipo de ambiente cria um desgaste emocional que pode ser devastador para o trabalhador.

Muitas vezes, o profissional que sofre com esse tipo de tratamento acaba se sentindo incapaz de reagir ou até mesmo de pedir ajuda, temendo represálias ou consequências profissionais. A sensação de impotência diante de um sistema que parece não valorizar o indivíduo como ser humano pode levar a um quadro de desmotivação, diminuição da autoestima e, eventualmente, a um sério adoecimento mental.

O corporativo, por sua natureza, também pode levar à perda da identidade pessoal. Muitas vezes, ao tentar se encaixar nas expectativas da empresa ou seguir as normas não ditas do ambiente, os profissionais acabam negligenciando suas próprias necessidades e valores. O que inicialmente pode parecer uma adaptação saudável, ao longo do tempo pode resultar em uma sobrecarga emocional que reflete na saúde psíquica do indivíduo.

A busca incessante pela perfeição, a necessidade de ser aceito, o medo de falhar ou de não ser suficientemente bom podem provocar uma sensação de vazio, frustração e cansaço. O profissional se vê consumido pelo trabalho, sem espaço para sua vida pessoal, o que pode gerar um quadro de desconexão consigo mesmo, com os outros e até com os objetivos iniciais que o motivaram a seguir essa carreira.

Apesar de estarmos cada vez mais conectados em um mundo corporativo onde as redes sociais e ferramentas de comunicação digital estão sempre ao alcance, muitos profissionais se sentem profundamente solitários em seus ambientes de trabalho. A falta de conexão genuína entre os colegas de trabalho e a competição acirrada podem transformar o ambiente de trabalho em um campo de guerra emocional, onde poucos têm a chance de realmente se apoiar e se ajudar.

A solidão no trabalho pode ser ainda mais intensa para aqueles que ocupam posições de liderança. Líderes e gestores muitas vezes se veem sobrecarregados pela pressão de serem exemplos para suas equipes, mas não têm com quem compartilhar suas angústias e dificuldades. Isso cria um ciclo de isolamento emocional que, com o tempo, leva ao esgotamento e ao sofrimento psíquico.

Para lidar com esse sofrimento invisível, é fundamental que as empresas criem espaços para que os profissionais possam cuidar da sua saúde mental de forma integrada ao seu desenvolvimento profissional. Isso pode ser feito por meio de programas de bem-estar no trabalho, acesso a profissionais de saúde mental, e a promoção de um ambiente organizacional mais saudável, onde o respeito, a colaboração e a empatia sejam fomentados.

É também essencial que os próprios profissionais busquem formas de cuidar de sua saúde emocional. O autoconhecimento, a prática de atividades que proporcionem prazer e relaxamento, o estabelecimento de limites claros entre vida pessoal e profissional, e o reconhecimento de seus próprios sinais de desgaste emocional são passos importantes para evitar o adoecimento.

A psicoterapia, e mais especificamente a psicanálise, pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo. Ela oferece um espaço seguro e acolhedor para que o profissional possa explorar suas angústias, suas vivências no trabalho e suas próprias reações emocionais, ajudando-o a encontrar formas mais saudáveis de lidar com a pressão, o estresse e as injustiças.

O sofrimento no mundo corporativo é uma realidade que muitas vezes é ignorada ou minimizada, mas ele afeta profundamente a saúde mental dos profissionais. Para que possamos transformar essa realidade, é essencial que haja uma mudança tanto nas estruturas organizacionais quanto na forma como cada indivíduo cuida de si mesmo. O adoecimento no trabalho não é apenas um reflexo do sistema corporativo, mas também um indicativo de que precisamos repensar o equilíbrio entre as exigências do mundo corporativo e o bem-estar emocional dos indivíduos.

Na PsiT.ech, entendemos essas complexas dinâmicas e nos dedicamos a proporcionar um cuidado psicológico profundo e respeitoso, para que cada profissional tenha a chance de resgatar seu equilíbrio emocional e viver de forma mais saudável, equilibrada e feliz, tanto no trabalho quanto em sua vida pessoal.

Conectados, mas Isolados!

Apesar de estarmos cada vez mais conectados em um mundo corporativo onde as redes sociais e ferramentas de comunicação digital estão sempre ao alcance, muitos profissionais se sentem profundamente solitários em seus ambientes de trabalho. A falta de conexão genuína entre os colegas de trabalho e a competição acirrada podem transformar o ambiente de trabalho em um campo de guerra emocional, onde poucos têm a chance de realmente se apoiar e se ajudar. O mundo corporativo moderno é movido por um ritmo frenético e por uma pressão constante por resultados, onde o foco no desempenho individual é muito mais valorizado do que a colaboração genuína. O uso constante das ferramentas digitais cria uma falsa sensação de proximidade, já que estamos em contato contínuo com colegas, mas, na verdade, essa comunicação acaba sendo superficial, objetiva e impessoal, sem espaço para a construção de relacionamentos profundos. O trabalho em grupo, que deveria ser um espaço de troca e colaboração, muitas vezes se transforma em um cenário de competição, onde o sucesso é medido de forma individual e não coletiva. E é no coletivo que a subjetividade de cada profissional se constrói e se transforma. O trabalho em equipe é uma das formas mais poderosas de formação da subjetividade, pois é no contato com o outro, na troca de experiências, que cada indivíduo vai moldando sua identidade profissional e pessoal. No entanto, em um ambiente onde a desconfiança e o medo de falhar predominam, a verdadeira colaboração dificilmente acontece, e as pessoas se sentem mais isoladas, mesmo estando fisicamente rodeadas por colegas. O desejo de se destacar, de garantir seu lugar no mercado e a pressão para alcançar resultados levam muitos a se fecharem emocionalmente, evitando demonstrar fraquezas ou vulnerabilidades. A busca por se proteger de um ambiente corporativo muitas vezes tóxico faz com que as pessoas não compartilhem suas dificuldades, criando barreiras invisíveis entre os colegas. Isso gera uma solidão que, muitas vezes, é invisível, mas extremamente impactante. Os profissionais que se sentem solitários no trabalho muitas vezes não têm com quem dividir suas frustrações, seus medos ou até mesmo suas pequenas vitórias. Eles se veem obrigados a seguir em frente, a lidar com as dificuldades por conta própria, sem contar com o apoio emocional de uma rede de apoio no ambiente de trabalho. Esse vazio emocional pode afetar profundamente a saúde mental, o bem-estar e a produtividade do profissional. Por mais que as ferramentas de comunicação estejam disponíveis, elas não substituem a necessidade humana de se conectar de maneira genuína com os outros, de ser ouvido, compreendido e apoiado. A solidão no trabalho também atinge os líderes, que muitas vezes se veem isolados em suas funções. Executivos e gestores carregam a responsabilidade de tomar decisões difíceis, sem ter a quem recorrer para compartilhar suas angústias, já que precisam manter uma imagem de força e segurança. Isso aumenta ainda mais o peso emocional que eles carregam, gerando um ciclo de solidão ainda mais profundo. Essa falta de apoio e a competição incessante acabam por enfraquecer o trabalho em grupo, prejudicando a construção da subjetividade coletiva que poderia resultar em um ambiente de trabalho mais colaborativo e saudável. A falta de interações genuínas e de espaços de escuta mútua transforma o ambiente de trabalho em um lugar onde os indivíduos estão mais preocupados em se proteger do que em se apoiar, o que cria uma cultura de desconfiança e solidão. O impacto disso na saúde mental dos profissionais é imenso, pois a solidão no trabalho contribui para o aumento de estresse, ansiedade e até mesmo de sintomas depressivos. O profissional que não se sente conectado com seus colegas pode se sentir desmotivado e desiludido com seu trabalho, o que prejudica sua performance e pode até mesmo levar ao esgotamento profissional. Superar a solidão no trabalho exige uma mudança na forma como o ambiente corporativo valoriza a comunicação e a colaboração. É preciso criar espaços de convivência que incentivem as trocas genuínas entre os profissionais, onde o trabalho em grupo seja não apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de crescimento pessoal e coletivo. Isso pode ser alcançado com a promoção de práticas de empatia, respeito mútuo e apoio emocional, onde as pessoas se sintam à vontade para compartilhar suas experiências e desafios. Ao investir na construção de relações autênticas e no fortalecimento da conexão entre os profissionais, as empresas podem reduzir a solidão no ambiente de trabalho e criar um espaço mais saudável e produtivo para todos.

Um olhar psicanalítico sobre o sofrimento no mundo corporativo

Após muitos anos atuando em multinacionais de tecnologia, em cargos de liderança, decidi transformar minha escuta — que antes orientava profissionais e equipes no ambiente corporativo — em escuta clínica, através da psicologia e da psicanálise.

Ao longo da minha trajetória como executiva, tive o privilégio de liderar equipes diversas, formar novos talentos e ser reconhecida como uma mentora presente, disponível e comprometida com o crescimento humano. Sempre busquei construir ambientes mais respeitosos, colaborativos e saudáveis, mesmo diante das contradições, pressões e desafios que fazem parte da vida corporativa.

E é justamente por conhecer esse mundo de dentro, com suas regras não escritas, jogos de poder, disputas silenciosas e exigências muitas vezes desumanas, que escolhi dedicar meu trabalho clínico a acolher pessoas que sofrem nesses contextos.

Presenciei, ao longo dos anos, muitas formas de sofrimento emocional que não cabem nos relatórios de desempenho: profissionais altamente competentes vivendo sob constante medo de errar; pessoas adoecendo em ambientes de assédio moral ou sendo silenciadas por culturas organizacionais que premiam a obediência cega e punem a autenticidade. Vi relações marcadas por bajulação, manipulação, exclusão e injustiças que, com o tempo, corroem o entusiasmo, a criatividade e a saúde psíquica.

Fui, sim, atravessada por muitas dessas dinâmicas — ainda que tenha conseguido seguir em frente, abrir espaço e construir um caminho sólido de liderança. Escolhi, ao longo da minha trajetória, sublimar boa parte do que me impactava emocionalmente transformando isso em ação, escuta e apoio aos que estavam ao meu redor. Aconselhei profissionais que sofriam em silêncio, incentivei desvios corajosos de rota, ajudei muitos a não se deixarem capturar por ambientes adoecidos. E, embora tenha vivido conquistas marcantes e momentos genuínos de transformação, também me decepcionei.  Em alguns momentos, fui surpreendida negativamente por pessoas a quem dediquei meu cuidado, o que me ensinou — às vezes de forma dura — sobre a complexidade das relações humanas em grupo: os jogos inconscientes que se repetem, os medos que paralisam, os desejos que nos movem.

Hoje, escolho continuar esse cuidado em outro espaço: o da clínica. Um lugar onde a escuta é profunda, onde há tempo, silêncio e presença. Onde o sofrimento pode, enfim, ser nomeado — e transformado.

Minha proposta é oferecer um lugar de escuta, acolhimento e elaboração para adultos que enfrentam ou enfrentaram o sofrimento no ambiente de trabalho — seja por excesso de pressão, sensação de desamparo, conflitos éticos, dificuldades de pertencimento ou traumas relacionados à sua trajetória profissional.

Trabalho com base na psicanálise, uma abordagem que convida cada pessoa a compreender suas experiências mais profundas e a encontrar caminhos possíveis, respeitando seu tempo, sua história e sua singularidade.

Se você sente que algo no seu percurso profissional deixa marcas difíceis de carregar sozinho(a), saiba que há espaço para colocar em palavras, compreender e, quem sabe, sublimar.

A escuta clínica não apaga o que foi vivido — mas pode ajudar a transformar a forma como se vive a partir disso.

Seja bem-vindo(a).

terça-feira, 22 de abril de 2025

Questione

Vivemos em um mundo onde a informação chega até nós em um ritmo acelerado, e muitas vezes, sem que nos deem tempo para refletir sobre ela. Somos bombardeados por opiniões, padrões, crenças e "verdades" que, muitas vezes, não paramos para questionar. Existe uma grande pressão para simplesmente aceitar o que é dito, o que é escrito, o que é imposto pela tradição ou o que todos ao nosso redor estão fazendo. Mas será que devemos simplesmente seguir esse fluxo sem fazer uma análise crítica?

Não acredite em algo só porque ouviu falar.

A nossa sociedade está saturada de boatos, opiniões não fundamentadas e informações distorcidas. Às vezes, repetimos algo porque alguém nos disse, ou porque parece ser conveniente, sem questionar a origem dessa informação ou sua veracidade. A ideia de simplesmente "passar adiante" o que ouvimos sem verificar é algo perigoso. Afinal, somos seres pensantes, não ecos. Desafiar o que nos é dito e buscar as fontes reais de informação é um passo fundamental para não nos tornarmos parte do ciclo de desinformação.

Não acredite só porque todos acreditam.

O efeito de manada é real, e todos nós já fomos influenciados por ele em algum momento. "Se todo mundo está fazendo, então deve ser o certo." Mas, na verdade, a maioria nem sempre está certa. Tradicionalmente, seguimos aquilo que é popular ou socialmente aceito, sem questionar a fundamentação por trás da ideia. E se, de fato, todos estão errados? Questionar o consenso popular é, muitas vezes, a chave para descobertas inovadoras e transformadoras. É preciso coragem para ir contra a corrente e dar voz ao que realmente acreditamos ser certo.

Não acredite só porque está escrito nos livros.

Os livros são uma das maiores fontes de conhecimento, mas também são limitados pela visão e contexto de seus autores. As informações ali contidas refletem, muitas vezes, uma perspectiva específica que pode estar desatualizada ou até ser equivocada. Não se trata de desmerecer o conhecimento escrito, mas de reconhecer que a sabedoria é viva e dinâmica. O que aprendemos com os livros deve ser desafiado e ampliado pela nossa própria experiência, pela observação do mundo real e pelo desenvolvimento do nosso próprio raciocínio.

Não acredite só porque seus mestres dizem que é verdade.

A figura do mestre ou mentor é fundamental no processo de aprendizado. No entanto, um bom mestre não é aquele que exige obediência cega, mas aquele que nos encoraja a pensar por nós mesmos. Questionar o que é ensinado, sem medo de errar ou desafiar, é uma habilidade essencial para o crescimento intelectual. Os mestres são guias, mas a jornada de aprendizado é sua. Faça da dúvida e da reflexão os seus maiores aliados, pois o verdadeiro conhecimento só nasce a partir do questionamento.

Não acredite em tradições só porque vieram de geração em geração.

A tradição carrega uma grande carga de sabedoria, mas também pode ser um reflexo de hábitos ou crenças que já não fazem mais sentido no contexto atual. Continuar com práticas ou ideias apenas porque "sempre foi assim" pode limitar o nosso potencial de evolução. Tradicionalmente, a sociedade foi formada por uma série de normas e valores que eram seguidos por pura convenção. No entanto, a tradição não deve ser um dogma, mas sim um ponto de partida para reflexões mais profundas sobre o que é realmente valioso para o nosso tempo.

Faça sua própria análise e observação.

No fim das contas, a única forma de realmente entender o mundo ao nosso redor é através da nossa própria observação e análise. Buscar respostas dentro de nós mesmos e nas experiências que vivemos é o caminho mais autêntico para construir a nossa visão de mundo. Não se trata de ser cético ou negar tudo o que nos é dado, mas sim de desenvolver a habilidade de perceber, questionar e compreender. Cada um de nós tem a capacidade de formar seu próprio entendimento — e isso não só nos torna mais conscientes, mas também mais responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Propósito

Acordar não para trabalhar e sim para manifestar seu propósito. Este é o objetivo da vida, saber quem você é e a partir daí expressar seu eu verdadeiro, compartilhando seus dons sem esforço e sofrimento e sim com alegria e amor. Não é o lugar que determina isso e sim a sua consciência.

Postagem em Destaque

Você passou de fase! Parabéns! 💔 Bem vindo ao Próximo Nível.

Olá Querida , ouvi sua mensagem. Na verdade, ouvi sua mensagem algumas vezes, até estar aqui e responder. Sua mensagem é bonita, é carinhosa...

Um presente

Você é mais do que um irmão, é um amigo, um presente e me acompanha nos momentos alegres e nas aflições. Me dá sempre os melhores conselhos.
Compartilhamos a paixão pelo futebol.💙 Irmã de menino é assim mesmo, junto com as bonecas, a gente vira goleiro, aprende a lavar carros, instalar chuveiro, chef de cozinha. Rs. Trocamos afilhados. E as muitas viagens, nem se fala, as que deram certo e as “roubadas” que nos metemos.
Compartilhamos a mesma casa e a mesma educação, crescemos juntos, vivemos juntos e ninguém nos conhece melhor do que nós mesmos, por isso, quero que saiba que te amo de todo coração, e que, se precisar de algo, estarei bem aqui para te ajudar, para te dar minha força.
Admiro você, sua família, sua empresa ... sua alma, sua jornada nessa vida!!!!
Você sabe que pode sempre contar e confiar em mim. Estamos unidos para o que der e vier, somos cúmplices, não importa o que aconteça.
Quero lhe desejar tudo de bom neste dia, você merece o melhor! Obrigada pela sua amizade, você é a minha certeza e torço bastante por você. Que estejamos cada vez mais unidos.
Seja muito Feliz! Te admiro muito. Tenha um Feliz Aniversário! 🎁

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