Olá minha querida, obrigada pela conversa, sai muito maior
depois desse contato contigo. Não sei se você irá curtir o texto, tentei entrar
no seu mundo e entender essa “mudança” ou “não mudança” que você tentou me
descrever. Fiz de maneira bem resumida, como você me pediu. Veja o que você
acha, se você se reconhece nessas linhas e me dê um retorno. Espero que sejam
capazes de refletir o seu “desabafo” e que te ajudem a direcionar e seguir em
frente. Acho que será bem entendido e acho que é a resposta “indireta” que você
quer dar. Ok? Aguardo o seu retorno. Já te disse inúmeras vezes e nunca é
demais repetir, você é muito importante para mim, ok, qdo precisar estou por
aqui. Conte comigo. Por hora te digo, que a vida é sábia e tem suas maneiras de
nos fazer crescer. Não entendemos bem a forma, mas o tempo vai trazendo as
respostas e também a sabedoria necessária. Desejo que tenha tranquilidade e
sabedoria para atravessar essa fase. saiba que não está sozinha. Nunca esteve.
Qq coisa, estou por aqui. Bj e Coragem
= = = = = = =
Eu tenho que mudar. Eu mesma tenho que mudar. Eu, tendo
enxergado toda a minha história e tendo sido capaz de compreender todas as
variáveis que fizeram parte, tenho a obrigação de mudar.
Por mim, para ser justa comigo mesma. Mas, ao mesmo tempo,
não estou encontrando nenhum espaço ou apoio próximo que me ajude a dar um
passo sequer. Queria encontrar um caminho aqui dentro, um “possível”, uma forma
de soltar a minha força criativa. Soltar o riso, o humor que me caracteriza, a
coragem, a autenticidade. Hoje jogo o cansaço como efeito colateral da
medicação. Fico até sem saber se é a medicação mesmo, ou se é uma válvula de
escape para todo esse processo. Processo árduo, diria injusto, e prolongado.
Não sei como cheguei até aqui, mas aqui estou. Sem ter sequer uma pessoa do meu
lado. Aqui devo agradecer a minha familia que não desistiu.
Talvez o melhor verbo para definir essa fase seja AGUENTAR.
Eu tenho que aguentar, no sentido de compreender, compreender que passar por
tudo isso foi mais do que necessário para mim. Para me tirar do caminho errado,
em que tomei tantas atitudes que me descaracterizaram, convivendo com pessoas
que não tem nada a ver comigo e pior, permitindo que elas, de certa forma, me
aconselhassem, ou definissem rotas. Hoje vejo tudo isso como insano, como estar
totalmente dispersa pela vida. Portanto hoje seria aguentar, olhar de maneira
diferente. Já que tomei consciência, que eu aguente. Desacelere, preste mais
atenção. É preciso ter calma. Silenciar, apaziguar ... aguentar. Não é algo
pontual e não irá se resolver de um dia para outro. E tem que ser assim, é mais
duradouro quando é gradativo, quando faz parte de um processo de cura. Para
isso, o primeiro passo nesse processo de “aguentar” é concordar com o jeito que
é.
É como viver a abordagem sistêmica na prática. Tem muito
valor. Sai da carteira na sala de aula, em que a teoria parece muito simples,
para de fato, no mundo real, experimentar essa compreensão sistêmica. Tudo
super recheado de intuições e percepções. E vamos consolidando um sentimento de
gratidão. Gratidão pela vida! E agora estudando mais e a fundo, nesse pequeno
extrato, que estou podendo viver, sobressaem as leis do pertencimento, da
hierarquia e do equilibrio. Entendendo que da exclusão vêem os sintomas e que o
único caminho é justamente a “inclusão”. E nesse movimento que o dom se exerce
e que a nova carreira se constroi. Em bases firmes e em uma escolha consciente.
Que seja assim, que assim seja!
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