No grupo de apoio, dizemos que não adianta ficar preso na busca do 'por quê?', já que a resposta foi embora com quem morreu", a verdade, a gente não vai encontrar causas, porque o suicídio é sempre resultado de um conjunto de fatores.
E, segundo a Associação Internacional de Prevenção ao Suicídio, cada morte por suicídio afeta outras 135 pessoas próximas, que ficam psicologicamente abaladas e traumatizadas. Consideramos sobreviventes do suicídio quaisquer pessoas que tenham sentido aquela morte de alguma forma. Essas pessoas precisam aprender que podem voltar a ser felizes, mesmo que o processo seja lento. O suicídio é como um tsunami, que destrói tudo. Mas dá para fazer uma reconstrução da vida. Haverá um antes e um depois, mas é possível ser feliz.
Você se sente muito isolado ao perder alguém pelo suicídio. Certa vez, uma amiga me perguntou a causa da morte de uma pessoa e, quando eu respondi que era suicídio, ela ficou chocada. 'Não fale essa palavra em público, não é bom'. As pessoas têm medo. O problema é que é no silêncio que o suicídio cresce. Porque nenhuma dor diminui se você não tiver com quem falar sobre ela.
As relações estão mais líquidas hoje, existe uma ausência de espaços para desabafar e conversar, em vez de apenas olhar a 'revista digital' do Instagram, onde você não vê quem está mal ou sofrendo, porque essas pessoas estão sozinhas em seus quartos.
A maioria dos casos de suicídio costumam estar associados a problemas de saúde mental (diagnosticados ou não), como depressão, ansiedade e bipolaridade, o que torna importante conversar a respeito e focar em prevenção. Mas, depois de ocorrido o suicídio, especialistas consideram infrutífera a busca por causas individuais.
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