Segundo a filosofia dialógica de Martin Buber, nascemos com a capacidade de estabelecer relações com nossos semelhantes. Essa intersubjetividade é o que nos permite acessar o outro e sermos acessados por ele. Essa dinâmica também desempenha um papel fundamental na criação de conexões e vínculos mais profundos. A relação Eu-Tu e Tu-Eu se manifesta na maneira como olhamos o outro, na forma como somos vistos por ele e no mútuo reconhecimento.
De acordo com Buber, um relacionamento consiste na comunicação e diálogo entre dois seres, denominado intersubjetividade. Nesse contexto, o Eu-Tu surge como a interação sujeito-sujeito, onde o "Tu" representa o mundo individual de cada sujeito. Em contraste, na relação sujeito-objeto, o "Isso" representa o universo do objeto. O Eu-Tu é considerado mais integral e completo, pois reflete o relacionamento abrangente entre dois seres, incorporando a totalidade um do outro, incluindo pensamentos, sensações e sentimentos. Por outro lado, o Eu-Isso caracteriza-se pela relação entre o ser e apenas uma parte do todo do outro, em um movimento mais distante e impessoal.
Sendo assim, o Eu-Tu representa a totalidade do ser, enquanto o Eu-Isso aborda apenas uma fração. Buber argumenta que é essa integralidade que torna o ser humano completo. Em outras palavras, quando o melhor de mim encontra o melhor de você, estabelecemos uma relação onde nossa mentalidade e emoções estão alinhadas, caminhando na mesma direção. Isso requer diálogo, uma interação direta entre as pessoas, para que uma possa integrar ativamente a realidade da outra. Caso contrário, a relação tende a ser dominada pelo Eu-Isso, caracterizada pelo distanciamento.
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