Atender virtualmente os pacientes em Psicologia não é um tema novo.
Sempre, em diversos momentos da história recente da Psicologia, o Conselho e os
psicólogos estavam a volta com esse debate. As
primeiras tentativas surgiram advindas de protestos contra a posição
sistemática dominante, em que nunca se tinha parado para avaliar profundamente
como a tecnologia poderia de fato ser inserida no contexto da Psicologia. Nessas
tentativas sempre mostravam os pontos fracos do atendimento presencial e
mostravam os “novos conceitos” e estratégias para ampliar o acesso de um maior
número de pacientes às práticas e serviços psicológicos e também a questão
financeira e econômica para os próprios profissionais. Nem sempre os profissionais
já experientes no mercado e que já se encontravam, de certa forma,
estabelecidos no mercado e com sua clientela constituída ficavam satisfeitos
com as idéias inovadoras. O maior motivo para isso é que os profissionais de
idade mais avançada, em qualquer área de atuação, sempre se mostram apegados, tanto
intelectualmente como emocionalmente,
as suas posições e dificilmente aceitam as mudanças. Os mais novos que não se vêem
comprometidos com as idéias anteriores concordam com o novo sistema sugerido de
maneira bem mais natural.
Sabemos que a tecnologia é dinâmica, rápida e vem se desenvolvendo em
uma velocidade impressionante. Não só os atendimentos on-line, mas diversos
aplicativos relacionados a saúde mental apareceram. Ou seja, diferentes aplicativos,
diferentes tecnologias, diferentes maneiras de viabilizar atendimentos
psicológicos tanto individuais quanto em grupos foram sendo incorporados no dia
a dia dos consultórios (agora virtuais) e a própria pandemia e o distanciamento
social, normas sanitárias impostas se encarregaram de agilizar todo o processo
de aceitação e aprovação dessas práticas on-line pelos Conselhos.
Todas essas novas tecnologias que passaram a ser utilizadas e também a
mentalidade de toda a classe de psicólogos foram sendo transformadas. Vale
salientar que elas criavam novas formas de viabilizar os atendimentos ou de
ampliar os atendimentos, mas não estamos falando em criar novos conceitos,
abordagens, pelo contrário, na sua grande totalidade tratam-se apenas de uma nova maneira de fazer o que já vinha sendo
feito.
Escolher a abordagem on-line e estar confortável com ela nem
sempre é uma tarefa fácil e traz dúvidas aos profissionais e aos pacientes, principalmente
aqueles que não possuíam a tecnologia como algo do seu cotidiano. O mais
importante é o profissional se manter atualizado, sempre estudando e se
capacitando e também é importante procurar vivências práticas, testar as tecnologias,
formar sua própria opinião.
A
psicologia é uma ciência e, como qualquer outra, não existe uma verdade
absoluta, sendo papel dos profissionais e pesquisadores testar teorias e
verificar se elas são ou não adequadas e quais os riscos e efetividade. Da
mesma forma que a psicologia está em constante transformação, a tecnologia caminha rapidamente e não podemos abrir mão
do quanto ela ajuda. Existe uma relação íntima entre Psicologia e Tecnologia,
principalmente quando abordamos as principais tendências. A pandemia acelerou a
revolução digital na Psicologia e, a meu ver, essa revolução veio para ficar. A
tendência para o futuro da psicologia junto a tecnologia se estabelece nas
amplas possibilidades de atendimento virtual. Plataformas vão proporcionar
novas experiências tanto para o profissional quanto para o paciente. Além do
atendimento, formas de estudos e de análises do cérebro humano se manifestam
mais frequentemente por meio do mundo online. As técnicas vêm se aperfeiçoando
com a evolução do mundo digital. Existem muitas pesquisas em andamento e as
inovações dentro desse nicho de atuação tendem a ser a cada dia mais frequentes
e de domínio da classe. Expandir os horizontes do seu olhar e ser sensível às
novidades do mercado faz de você um profissional muito mais completo. A forma on-line é apenas uma
maneira de trabalhar, é, ou deveria ser, apenas uma ferramenta para viabilizar
as práticas.
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