Há pessoas que, aos olhos do mundo, parecem verdadeiras fortalezas. São aquelas que parecem carregar uma força inabalável, que nunca deixam transparecer seus medos ou inseguranças. Elas resolvem problemas, sustentam outras pessoas e seguem em frente, mesmo sob o peso de grandes adversidades. Porém, essa imagem de força pode ser uma construção externa que esconde, dentro dela, um coração cheio de dúvidas, cansaço e fragilidades.
A ideia de ser forte o tempo todo é uma armadilha que a sociedade frequentemente impõe. Aqueles que são vistos como "fortalezas" muitas vezes não têm a permissão de mostrar suas rachaduras. Quando demonstram fraqueza, não raro são surpreendidos pelo julgamento ou pela incapacidade alheia de lidar com a vulnerabilidade. Isso cria um isolamento silencioso: quem é percebido como invulnerável raramente recebe ajuda ou acolhimento emocional, porque os outros assumem que "não precisam".
Por trás dessa máscara de força, há cansaço. É exaustivo sustentar um papel que, na verdade, não condiz com a natureza humana. Ninguém é inabalável, e a tentativa de parecer invulnerável cria um abismo entre quem se é de fato e a forma como se é enxergado. Essa desconexão pode gerar uma profunda sensação de solidão, não pela ausência de companhia, mas pela falta de compreensão.
A fragilidade, no entanto, é tão legítima quanto a força. Admitir que nem sempre se é capaz de lidar com tudo é um ato de coragem. É nas rachaduras que a luz entra, e é ao mostrar as vulnerabilidades que as conexões humanas se tornam mais reais e empáticas. A ideia de fortaleza como algo indestrutível é ilusória — ninguém é feito para resistir sozinho a todas as tempestades.
A beleza da humanidade está justamente na possibilidade de alternar entre ser forte e ser frágil, entre sustentar e ser sustentado. A verdadeira fortaleza não está na ausência de fraqueza, mas na capacidade de abraçá-la, de pedir ajuda quando necessário, e de criar um espaço onde os outros também possam fazer o mesmo. Afinal, a vida não precisa ser uma performance de força; ela pode, e deve, ser um lugar onde a vulnerabilidade encontra acolhimento e compreensão.
Gostei. Não precisamos ser fortes o tempo todo, mas que sejamos pelo menos humanos!!! Todos somos parecidos quando sentimos dor.
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