A sensação é como se você tivesse sido roubada da sua própria vida, aquela que gastou anos — talvez décadas — construindo. Cada escolha, cada passo, cada momento parecia cuidadosamente traçado para chegar a algo que agora lhe parece perdido, arrancado sem aviso, sem justificativa. É como se tivesse investido tanto tempo, tanto esforço, tanta esperança, e, de repente, tudo fosse diluído, como areia entre os dedos.
Você Olha para trás e vê o que construiu: os sonhos que imaginou concretizar, as vitórias que esperava celebrar, as relações que cultivou com tanto zelo. Todos esses pilares foram erigidos com a convicção de que, com o tempo, iriam lhe proporcionar um sentido de realização, uma segurança emocional, uma paz interior. E agora, diante de uma realidade que não pediu, sente como se essa edificação tivesse sido destruída, como se tivesse sido arrancada de você sem permissão.
O pior não é apenas o que foi perdido, mas o vazio profundo que se segue. Percebe que, por mais que você tente buscar explicações ou soluções, nada preenche o buraco deixado por essa sensação de despojo. É como se seu próprio "eu" tivesse sido invadido, como se o controle sobre sua vida tivesse sido retirado de uma forma brusca e irrevogável. Você se vê como espectadora do que deveria ser sua história, e não como protagonista dela.
Essa sensação de roubo não vem de uma perda material, mas de uma perda existencial, de algo intangível e, por isso, ainda mais devastador. Você sabia quem você era, sabia para onde estava indo, sabia o que queria e o que precisava, mesmo que imaginariamente. Mas agora, o que resta é uma sensação de deslocamento, de que tudo foi desfeito sem que você tivesse tido a chance de impedir. Não é uma simples desilusão; é como se a sua identidade tivesse sido subtraída, como se o direito de viver plenamente a sua jornada tivesse lhe sido negado. É o real batendo à sua porta.
O tempo que passou construindo sua vida, os sonhos que nutria, a pessoa que você era — tudo isso parece ter sido em vão. Não é um lamento simples, é uma sensação de que você foi impedida de viver a vida que você mesma planejou, como se, em algum ponto, alguém tivesse decidido que o que você construiu não merecia ser vivido. E a dor disso é imensa, porque a sensação não é só de perda, mas de injustiça, de que o tempo e a energia investidos em algo que parecia sólido foram jogados ao vento, sem mais nem menos.
Agora, tudo o que resta é tentar entender o que sobrou dessa experiência. O resto, a falta, o real, o objeto a. Como reconstruir, como ressignificar, como buscar, de alguma forma, a força para continuar? Porque, apesar da dor, ainda há algo em você que busca a possibilidade de reconstruir, de retomar a vida roubada ou de sublimar. Talvez não seja mais a mesma vida, mas é a sua, e isso, por mais que seja difícil, ainda lhe pertence.
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