O pior de todos -
Eu me salvei de rodar aqui e rodar ali sem chegar a nenhum lugar!
Os entendedores me entenderam!
Antes de conhecê-lo de perto, confesso que a impressão que tinha era bem diferente. Eu o via como alguém simpático, talvez inteligente — Mas a convivência tem o poder de revelar aquilo que o exterior não consegue esconder por muito tempo. E, nesse caso, a aparência logo se esvaiu. Porque o que permanece, é um conjunto: está nas atitudes, no caráter, na forma de tratar os outros. E nada disso estava lá.
Conviver com ele foi como testemunhar uma máscara se desmanchando. O que antes parecia ser charme, se revelou arrogância. O que parecia inteligência, não passava de prepotência vazia. A convivência trouxe à tona a verdade: por mais que alguém possa parecer aceitável à primeira vista, quando falta essência, tudo perde o brilho.
A você, que me ensinou tanto pelo avesso, deixo aqui minha mais sincera homenagem. Não pelo que fez de bom — afinal, disso nada posso recordar —, mas pela clareza com que me mostrou o que não quero ser. Você é a personificação de tudo aquilo que me esforço para evitar: a prepotência disfarçada de confiança, a grosseria mascarada de "autenticidade" e o puxa-saquismo que veste a roupa da diplomacia. Cada palavra ácida, cada gesto mesquinho e cada atitude egoísta foram lições que jamais esquecerei.
Você me ensinou que a arrogância não é força, mas fraqueza. Que tratar os outros com desprezo é sinal de insegurança, não de superioridade. Que se esconder atrás de sorrisos falsos para quem está acima e virar as costas para quem está ao lado é o caminho mais curto para o isolamento. Talvez esse é o motivo de você estar sempre só ou mal acompanhado.
Por tudo isso, agradeço. Obrigado por ter me sacaneado tanto. Por ter feito de cada obstáculo uma oportunidade de me reinventar. Por me obrigar a crescer na marra, enquanto você, na sua pequena bolha de vaidade, segue patinando no mesmo lugar. Obrigado por ser o anti-exemplo que me impulsionou a ser melhor, a tratar os outros com respeito, a construir relações verdadeiras e a ter orgulho de quem sou, sem precisar pisar em ninguém para isso.
De certa forma, você me deu um presente. Não pela sua intenção, é claro, mas pelo efeito contrário que sua presença teve na minha vida. Então, em nome do aprendizado que você nunca quis ensinar, mas que, ironicamente, ensinou tão bem: obrigado por ser exatamente quem é.
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